Olá, internautas
Neste sábado (26/04), “Volta por Cima” chegou ao fim. A
novela das sete da TV Globo, criada e escrita por Claudia Souto, direção
artística de André Câmara e direção geral de Caetano Caruso, termina com a
imagem de novela correta, porém “sem molho”.
Como já aconteceu com “Pega Pega” e “Cara e Coragem”, a
autora foge dos ingredientes clássicos da faixa das novelas das sete. Não há um
texto leve e descontraído, como aconteceu na antecessora “Família É Tudo” que
obteve melhores índices de audiência.
“Volta por Cima” apresentou um roteiro bem construído com a
história central interligada aos núcleos paralelos. A coerência da estrutura da
trama é uma marca positiva da produção. Basicamente, havia três frentes: a
história de amor entre Madá e Jão, o núcleo “Vale o Escrito” e a questão social
sobre anabolizantes.
A preocupação com a representatividade, premissa fundamental
na atual fase da TV Globo, marcou o elenco. Em um passado recente, o ator Fabrício
Boliveira, que viveu Jão, muito dificilmente encarnaria o mocinho da novela das
sete. É uma quebra do padrão imposto em 55 anos da emissora. Jessica Ellen, que
encarnou Madalena, desenvolveu um bom trabalho. Constante do início ao fim.
Além disso, profissionais com ascendência asiática estiveram em “Volta por Cima”, representado, especialmente, pelo ator Allan Jeon, que deu vida ao cantor Jin. A novela também resgatou duas atrizes que possuem um elo afetivo com o público. Tereza Seiblitz, que interpretou Doralice, e Lucinha Lins, que viveu Ruth, conquistaram uma ótima oportunidade para retornarem ao vídeo.
Isadora Cruz surgiu quase irreconhecível ao dar vida à “tresloucada”
Roxelle, uma das personagens mais carismáticas da novela. Gigi, interpretado
por Rodrigo Fagundes, também era um dos mais queridos da trama. A velha questão
do “beijo gay” retornou após o relacionamento com Bernardo (Bruno
Fagundes). Os dois protagonizaram uma cena envergonhada. Na penumbra. Escondidos.
Na realidade, um singelo “selinho”. No último capítulo, com o pedido de
casamento, o casal deu um “selão” à frente dos familiares.
O núcleo “Vale o Escrito” movimentou a novela. Milhem
Cortaz, que deu vida a Osmar, ganhou a maior oportunidade de sua carreira em “Volta
por Cima”. Os atores mais experientes giravam ao redor dessa trama, como
Enrique Diaz que viveu o vilão Gerson Barros, Guilherme Weber no papel de
Marco, José de Abreu na pele de Rodolfo, além de Betty Faria que rodeou o
núcleo com Belisa.
Por fim, o merchandising social também entrou na novela,
através do personagem Nando, interpretado por Gabriel D'Aleluia. Sempre é
louvável trazer temas da realidade em uma obra de ficção. Apesar disso, o ator
não sofreu uma transformação corpórea necessária para mostrar os efeitos do
anabolizante. Ficou praticamente com a mesma massa muscular.
“Volta por Cima” contou sua história, mas faltou um “molho” para
diminuir o clima tenso da trama como um todo. A faixa das sete necessita de histórias
mais "solares" para desestressar o telespectador que chega do trabalho. Conflitos
dos “contraventores”, anabolizante, transplante de coração, violência psicológica contra mulher, transplante de
fígado, irmão que surrupia bilhete premiado da irmã e pai de família morto na
abertura da novela exemplificam a percepção.
“Volta por Cima” passa o bastão para “Dona de Mim” sem estragos na faixa horária.
Fabio Maksymczuk
Gostei da novela.
ResponderExcluirOK
ExcluirÓtima análise!
ResponderExcluirObrigado
ExcluirPrecisa se atentar as informações. Gigi foi interpretado por RODRIGO Fagundes e não Renato.
ResponderExcluirRodrigo Fagundes
ExcluirDe nada!
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