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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

SBT enfrenta crise sem Chaves

 

Olá, internautas

O SBT foi a emissora mais atingida pela pandemia do novo Coronavírus. A paralisação das gravações dos programas de auditório e de sua novela infantojuvenil contaminou toda a grade de programação.

A faixa vespertina é a mais delicada no atual momento. O programa “Fofocalizando” que, antes mesmo antes da pandemia, já enfrentava dificuldades para erguer os índices de audiência do canal, perdeu ainda mais fôlego. Chega a ficar na casa dos 2 pontos. Sinal roxo.

Diante de tal situação, o SBT reformulou, nesta segunda-feira (29/11), toda a sua grade da tarde. O programa “Casos de Família”, que já está no ar há 17 anos, foi realocado para 14h15. Após o “Bom Dia & Cia”. Públicos de atrações, teoricamente, diferentes no efeito cascata.

Logo em seguida, entra Roda a Roda Jequiti com Patricia Abravanel. A filha de Silvio Santos assumiu o dominical e ainda apresenta o diário “Vem Pra Cá” nas manhãs. E agora surgirá ainda mais na programação. Enquanto isso, Rebeca Abravanel está nos Estados Unidos. Mesmo assim, é melhor Patricia que Luis Ricardo.

O problemático “Fofocalizando” entrará às 15h45. A faixa das novelas mexicanas, que consegue elevar os índices de audiência do canal, ganhará o reforço de uma terceira produção da Televisa. Serão três novelas exibidas diariamente. Coração Indomável, Amanhã é para Sempre e Te Dou a Vida formam a trinca. Em dezembro, sai a história de Maricruz para a reprise de “Mar de Amor”.

Na realidade, a emissora de Silvio Santos e seus telespectadores enfrentam a abstinência de “Chaves” que sempre salvou a emissora em momentos delicados. Em outras eras, a escalação de Chavinho e sua turma daria um fôlego nos índices de audiência.

Momento de reinventar-se.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

"Quanto Mais Vida, Melhor" estreia em momento inadequado

 

Olá, internautas

Nesta semana, a TV Globo estreou “Quanto Mais Vida, Melhor”. A nova novela das sete, de Mauro Wilson com direção artística de Allan Fiterman e direção geral de Pedro Brenelli, até aqui, não empolgou nos índices de audiência. Ficou mais próximo dos 20 pontos do que a meta de 30 pontos.

A TV Globo enfrenta problemas com suas produções inéditas. As três novelas passam “sisudez” ao telespectador. “Nos Tempos do Imperador” aborda a escravidão. “Quanto Mais Vida, Melhor” já iniciou com a temática da morte. “Um Lugar ao Sol” destaca dramas humanos.

Em tempos de pandemia, com o noticiário que aborda as mais de 600 mil mortes diante da Covid-19, o telespectador deseja se entreter e se divertir com temas leves e mais descontraídos. Aliviar-se.

“Quanto Mais Vida, Melhor” já iniciou com acidente aéreo e morte do piloto. Além da pandemia, o falecimento da cantora Marilia Mendonça também pesa neste momento. A novela entra em um momento inadequado.

A escalação do elenco é outro ponto a ser abordado. Mateus Solano passa a impressão de interpretar sempre o mesmo personagem. Agora, dá vida ao médico ranzinza Guilherme. Vladimir Brichta, que mal saiu de “Amor de Mãe”, volta ao ar na pele do jogador Neném. Giovanna Antonelli, que vive a ricaça Paula, e Valentina Herszage, que vive a jovem Flávia, completam o quarteto de protagonistas. A estrutura narrativa lembra da novela “Quatro por Quatro”, de Carlos Lombardi. Obra ícone da faixa horária.

O desafio agora é envolver o telespectador, diante do momento adverso da realidade.

Fabio Maksymczuk  

terça-feira, 23 de novembro de 2021

"José" supera expectativa em Gênesis

 

Olá, internautas

Nesta segunda-feira (22/11), a Record TV exibiu o último capítulo de “Gênesis”. A fase “José”, protagonizada por Juliano Laham, superou a expectativa. A história do sétimo ciclo já era amplamente conhecida do telespectador da emissora que produziu e reprisou, em algumas oportunidades, a minissérie “José do Egito”.

Diante do desafio, os autores Camilo Pellegrini, Raphaela Castro e Stephanie Ribeiro foram sagazes. Criaram histórias paralelas que rodeavam a saga do filho de Israel/Jacó em território egípcio. Dessa forma, a fase ganhou ares de ineditismo. A disputa entre os faraós Sheshi (Fernando Pavão) e Apepi (Jorge Lucas), por exemplo, apareceu com destaque. Aliás, Apepi somente foi revelado no último capítulo. Os desfechos de diversos personagens ficaram em aberto, como da primeira esposa real, Merianat (Samia Abreu), que não foi descoberta. Ela era aliada de Apepi.

Os autores também acertaram em terminar “Gênesis” com uma grande festa, ao invés das mortes de Jacó e José em pleno último capítulo. A novela foi a melhor produzida pela Casablanca. A produtora terceirizada e Record TV realizaram um ótimo trabalho. Superaram o desafio de gravar uma superprodução em plena pandemia. Missão cumprida.

A seguir, os pontos positivos e negativos de “José”.


PONTOS POSITIVOS

Thiago Rodrigues (Judá) – além das histórias paralelas que trouxeram ar de ineditismo à fase José, os autores também destacaram Judá, personagem importante na saga dos filhos de Israel/Jacó. O ator sobressaiu na produção.

Leticia Almeida – a jovem atriz trouxe doçura à personagem Asenate.

Petrônio Gontijo (Israel/Jacó) – o ator, já veterano em produções da Record TV, trouxe a sua experiência ao patriarca da família de 12 filhos.

Felipe Cunha (Ruben): bom trabalho ao viver o então primogênito de Israel/Jacó.

Val Perré (Potifar): o ator ganhou uma ótima oportunidade ao interpretar o general egípcio.

Paulo Verlings (Shareder): o ator liderou uma das histórias paralelas que ganhou destaque na obra. O telespectador ficou ao lado do personagem que conquistou simpatia graças à sua atuação.

Amaurih Oliveira (Teruel): bom trabalho do ator que interpretou um dos aliados de Apepi.

Dudu de Oliveira (Abumani) – bom trabalho do ator que interpretou o melhor amigo de José.

Diogo Sales (Kaires): bom trabalho do ator que viveu um dos triângulos amorosos das histórias paralelas. “Gênesis” teve o mérito de dar espaço a dezenas (ou centenas) de atores que buscam seu espaço na teledramaturgia.

PONTO NEGATIVO

Juliano Laham (José fase adolescente) – na minissérie, dois atores interpretaram as fases distintas de José. Na novela, Juliano Laham assumiu o desafio de encarnar o protagonista desde a adolescência. O ator, que já está à beira de completar 30 anos, interpretou um jovem de 16 anos. Tentou rejuvescener pela interpretação, mas não convenceu. Decisão polêmica da direção. Por isso mesmo, os autores, em determinado momento, ressaltaram que o personagem, agora governador, já estava com 30 anos. Idade mais próxima do ator. E não ocorreu o processo de envelhecimento. Sem barba e sem cabelos, quiçá, ficou com a aparência mais jovem que na primeira fase do personagem. Apesar disso, nas fases mais emocionantes de José na reta final, o ator se entregou de “corpo e alma”, principalmente no reencontro com seus irmãos e seu pai no Egito. No geral, Laham realizou um bom trabalho. A direção deveria ter optado por um ator adolescente no início do sétimo ciclo de “Gênesis”.

Fabio Maksymczuk

domingo, 21 de novembro de 2021

Declaração forte marca "Falas Negras"

 

Olá, internautas

Neste sábado (20/11), a TV Globo celebrou, mais uma vez, o Dia da Consciência Negra com o especial “Falas Negras” que, no ano passado, reverberou positivamente junto ao público.

Diferente da edição de 2020, que apostou na teledramaturgia para destacar os ícones brasileiros e internacionais da história da comunidade afrodescendente, a TV Globo colocou em foco a professora mato-grossense Ana Fernandes, o produtor audiovisual Crystom Rodrigues, o pedreiro baiano Geomar Rabelo, a chef e empreendedora social Negralinda e a médica carioca Fátima Oladejo. 

“Falas Negras” enveredou para a trilha de documentário com uma narrativa mais cadenciada que combinou com o estilo da antecessora na programação, Um Lugar ao Sol, que enfrenta rejeição do telespectador. Diante de tal escolha, “Falas Negras” também enfrentou dificuldades nos índices de audiência.

Os entrevistados relataram os desafios que enfrentam na sociedade brasileira.  O gaúcho Crystom Rodrigues foi o responsável pela declaração mais forte do especial. Ele ressaltou que o Estado do Rio Grande do Sul é o mais racista do Brasil. Falou com convicção e resgatou as raízes de tal percepção, através da Guerra dos Farrapos com o assassinato de centenas de negros.

O ciclo “Projeto Identidade”, formado por Falas da Terra (o melhor produzido neste ano), Falas Femininas, Falas de Orgulho, Falas da Vida e Falas Negras, fortalece a representatividade na programação da TV Globo. Transmite a atual preocupação da emissora em valorizar diversos nichos da sociedade que se percebem desvalorizados nos meios de comunicação.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Patricia Abravanel pega "rojão" no Programa Silvio Santos

 

Olá, internautas

Com a pandemia do novo Coronavírus, “Programa Silvio Santos” foi ao ar aos domingos com reprises de momentos marcantes das atrações do animador, especialmente “Em Nome do Amor”, “Qual é a Música”, “Topa Tudo Por Dinheiro” e “Show do Milhão”.

Com o arrefecimento da Covid-19 no Brasil, o dominical voltou, recentemente, com edições inéditas sob comando de Patricia Abravanel. A “filha número 4” pegou um verdadeiro “rojão” ao substituir o animador.

A apresentadora dá o seu melhor no comando do programa de auditório mais tradicional da TV brasileira. Dentro do atual contexto, o desempenho é bom. Porém, Patricia precisa ajustar a sua postura diante de algumas situações que já apareceram no dominical.

A comunicadora deve comandar as competições respeitando as regras do jogo. Caso a “colega de auditório” erre a resposta (fala o nome errado ou incompleto da música, por exemplo), não pode dar a premiação. Isso aconteceu na edição exibida no último domingo (14/11).

Patricia também deve parar de “paparicar” os convidados da atração. Ela “joga confete” demasiadamente. Na edição mais recente do dominical, quis transformar Marcão do Povo em um “símbolo sexual”. Elogiou o “vozeirão” do comandante do “Primeiro Impacto”. Em edições passadas, elogiava a beleza do jornalista Darlisson Dutra que seria o “galã” das manhãs do SBT. Desnecessário. Defendeu que Nadja Haddad sabia tudo. Logo após, errou a resposta e perdeu a premiação. Não deve lamentar que o convidado perca todo o prêmio acumulado. É regra do jogo.

Suceder Silvio Santos é tarefa hercúlea. Enorme desafio. Ajustes são naturais. Mesmo assim, como já citado acima, Patricia desenvolve um bom trabalho à frente da atração. Não tenta copiar o pai, o que já é um ótimo caminho.

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Curta duração prejudica "Conversa Piada"

 

Olá, internautas

A TV Cultura estreou, recentemente, “Conversa Piada” com a trupe oriunda do “Casseta & Planeta”. Beto Silva, Claudio Manoel, Helio de la Peña e Hubert Aranha comandam a atração que vai ao ar aos sábados, a partir das 22 horas.

Em meia hora, o quarteto aborda os assuntos que marcaram a semana, além de entrevistar alguma celebridade. As atrizes Marisa Orth e Heloisa Périssé, de forma remota, já marcaram presença.

“Conversa Piada” lembra o “Papo de Segunda”, do GNT, com os quatro integrantes homens e a posição dos humoristas no cenário. Diante da escassez do tempo, o quarteto apenas pincela os fatos com toques de humor que não provocam gargalhadas no público. É um programa recortado com diálogos rápidos.

O programa não consegue crescer em meia hora com a presença de quatro apresentadores. Tempo exíguo. Para evoluir, “Conversa Piada” deveria ter uma hora de duração.  Na sequência da programação, vai ao ar uma faixa interessante de reportagens produzidas pela TV Cultura. Atualmente, a série “Último Pouso” relembra as companhias aéreas Panair, Varig, Real, Cruzeiro, Vasp e Transbrasil. Neste caso, a atração jornalística funciona em meia hora de duração.

“Conversa Piada” não impactou, até aqui, a audiência.  

Fabio Maksymczuk

sábado, 13 de novembro de 2021

"Um Lugar ao Sol" estreia com estética de supersérie

 

Olá, internautas

Nesta semana, a TV Globo estreou “Um Lugar ao Sol”, de Lícia Manzo com direção artística de Maurício Farias. A nova novela das nove patina nos índices de audiência. Fica ao redor dos 23 pontos, índice muito fora do padrão da faixa horária, mesmo com as recentes reprises.

A nova aposta da emissora platinada possui uma estética que foge do padrão das telenovelas. Essa tendência já vinha desde “Amor de Mãe” que também não estourou na audiência. “Um Lugar ao Sol” vai ao ar com estética de supersérie, o que pode ser um dos motivos para a fuga do telespectador. O filtro da imagem também provoca rejeição (pelo menos, desta vez, não é escuro).

Além disso, o público continua sintonizado na reta final de “Gênesis”, pela Record TV, que vive o clima emocionante dos últimos capítulos. A nova produção da TV Globo não conseguiu capturar esse telespectador.  

“Um Lugar ao Sol” aposta em um enredo clássico. Dois irmãos gêmeos com personalidades opostas. Um usurpa o lugar do outro. Comparações com “A Usurpadora” são inevitáveis. O elenco é composto por atores do primeiro escalão da TV Globo, como Cauã Reymond, um dos maiores símbolos de sua geração na teledramaturgia do canal, Alinne Moraes, Andréia Horta, José de Abreu, Marieta Severo, Andrea Beltrão, entre outros.

Até aqui, o enredo focou na troca de identidades entre os irmãos. Juan Paiva, que interpreta Ravi, deu liga com Cauã. Forma uma boa dupla nestes capítulos iniciais. As histórias paralelas serão desenvolvidas no decorrer da obra, o que é um acerto.

Diante do quadro exposto, o maior problema de “Um Lugar ao Sol” é a falta de identidade “novelão das nove”. Passa a percepção de uma supersérie com ritmo de filme encaixotada no horário mais nobre da TV brasileira.  

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Morte de Cristiana Lôbo abre lacuna na GloboNews

 

Olá, internautas

Nesta quinta-feira (11/11), a GloboNews encontra-se de luto. Uma de suas principais marcas, Cristiana Lôbo morreu aos 64 anos, em São Paulo, em decorrência de um meiloma múltiplo, câncer do qual se tratava há alguns anos, agravado por uma pneumonia contraída nos últimos dias.

Cristiana sempre se destacou na cobertura política do canal. Comandava, com brilhantismo, o programa “Fatos e Versões”. Ganhou mais visibilidade com o quadro Meninas do Jô, de Jô Soares, na TV Globo.  

A jornalista era peça fundamental na cobertura das Eleições pela GloboNews. Comportou-se, sempre, com racionalidade em suas análises sobre a corrida eleitoral. Fugia de comentários emocionais ou partidários. Sempre respeitou os políticos de diferentes correntes ideológicas.  

Cristiana Lôbo era uma referência do telejornalismo, em especial na seara política. Fará enorme falta, especialmente no ano que vem com as eleições presidenciais. Abriu-se uma lacuna no canal de notícias do Grupo Globo.

Minhas sinceras condolências a amigos, familiares e “assinantes”, como ela gostava de chamar os telespectadores.

Descanse em paz.  

Fabio Maksymczuk

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Band transplanta "Encrenca" com "Perrengue"

 

Olá, internautas

Neste domingo (07/11), “Perrengue na Band” estreou na emissora do Morumbi. Agora, há uma guerra declarada entre a trupe de Tatola Godas, Dennys Motta, Angelo Campos e Ricardinho Mendonça e o quinteto do Encrenca composto por Júlio Cocielo, Victor Sarro, Viny Vieira, Fernanda Keulla e Caio Pericinoto. A disputa pela quarta colocação nos índices de audiência promete bons “rounds”.

Na realidade, a Band transplantou o programa da RedeTV! para o seu território. O “novo” humorístico segue as mesmíssimas diretrizes da “antiga” atração. O cenário é praticamente o mesmo. Os quadros, idem.

Zap Zap se transformou em “Tá no Zap”. Os apresentadores comentam os vídeos que viralizam nas redes sociais. A trilha sonora permanece., como o “videozinho” do Baby, da Família Dinossauros, e até o “meme do caixão”.

Em meio a esse material, surgem as tradicionais esquetes. “Perrengue Astral”, o quadro dos signos, continua, como o “Fuçada na Rede”, “Cantadas de Rua” com Carla Bora (Carlão), Presidente Jairzinho (talvez com maior independência para cutucar o mandatário), “Papai sabe tudo, só que não”, entre outros.

Dificilmente, o atual “Encrenca”, na RedeTV!, conseguirá levar a melhor diante do “Perrengue”. O quarteto, agora na Band, passa melhor entrosamento com um programa mais “redondo”. A atração do Morumbi, que ficou por mais de sete anos na emissora de Dallevo e Carvalho, deverá acolher o seu público fiel que estava na concorrência.

Agora, na guerra dominical, há um cabo de guerra entre encrenqueiros e perrengueiros. E o telespectador é o juiz desta disputa.

Fabio Maksymczuk  

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

TV Globo perde fôlego com reprise de "Império"

 

Olá, internautas

Nesta sexta-feira (05/11), a TV Globo exibe o último capítulo de “Império”. A reprise da novela de Aguinaldo Silva não repetiu a boa repercussão em sua exibição original. Raramente, ultrapassou a barreira dos 30 pontos, índice muito aquém da expectativa para a faixa nobre da emissora. Não despertou interesse no telespectador. O cansaço de reprises é um dos motivos. Além disso, Império é inferior a suas antecessoras Fina Estampa, A Força do Querer e Amor de Mãe.

Aproveitamos a oportunidade para republicar a análise divulgada em nosso antigo espaço no UOL Blogs.

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Nero entra para história da teledramaturgia brasileira com "Império"

Olá, internautas

“Império” chegou ao impactante último capítulo nesta sexta-feira (13/03). O desfecho da trama do Comendador entrou para a galeria de momentos inesquecíveis da TV brasileira. José Pedro (Caio Blat) matou o seu próprio pai com um tiro pelas costas.

Aguinaldo Silva recebeu a missão de recuperar os índices de audiência perdidos com a antecessora “Em Família”. Mesmo com uma trama irregular e histórias paralelas que nada acrescentaram à obra, o autor termina com o objetivo cumprido. Os capítulos foram em um crescente no IBOPE. A novela encerrou com 46 pontos de média.  “Em Família” terminou com 37 pontos.

Confira o nosso tradicional balanço com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Alexandre Nero: o ator sustentou a novela do início ao fim. Interpretou com carisma e competência o inesquecível Comendador José Alfredo. Nero humanizou o “Zé”. Personagem que mais se aproxima de um anti-herói. Traiu o irmão e engravidou a cunhada. Comandava uma empresa com trapaças fiscais. Tinha uma amante juvenil. Por isso mesmo, Aguinaldo teve que matar o personagem para desespero de parte considerável do público.  Nero conseguiu com soberba interpretar um personagem mais velho. Ele realmente passava a imagem de um cinquentão. Modo de falar. Transmitia isso no olhar. Esse é o grande mérito do profissional que mereceu protagonizar a novela das nove. Galgou espaço na TV Globo com mérito e profissionalismo. Alexandre Nero entrou para a história da teledramaturgia brasileira com o Comendador.

Leandra Leal: outra atriz que galga espaço na TV Globo com profissionalismo e mérito. A cada novela, ganha mais destaque. Interpretou Cristina, uma mocinha valente e batalhadora, que conquistou o carinho do telespectador.


Ailton Graça: mesmo com um personagem dúbio (de início tinha “apaixonite” por Elivaldo e depois caiu de amores por Naná), o ator fugiu do estereótipo na construção de Xana. Humanizou o (a) cabeleireiro (a) e ganhou o respeito do público.

Viviane Araújo: grande surpresa de “Império”. Em nenhum momento, o telespectador lembrava da figura pública “Viviane Araújo”. Via, na tela, a espalhafatosa Naná. Trabalho realmente de uma atriz e não de uma personalidade da mídia.

Othon Bastos: a TV Globo sempre escala os atores de sempre e deixa outros ao relento. Othon Bastos é um desses que deveria ter mais espaço na emissora. Sobressaiu em “Império” ao interpretar o mordomo-vilão Silviano.

Chay Suede e Marjorie Estiano: a primeira fase de “Império” encantou o telespectador com um início arrebatador. Chay Suede brilhou como o jovem Zé Alfredo. E Marjorie viveu um dos seus melhores momentos na teledramaturgia ao viver a jovem vilã Cora.

Roberto Birindelli (Josué):  Buenas! O ator conquistou um bom espaço na trama e chamou a atenção.

 

PONTOS NEGATIVOS

Cora: a irmã de Eliane prometia ser uma vilã inesquecível da teledramaturgia brasileira. Ficou só na promessa. O autor perdeu a mão na composição da personagem no decorrer dos capítulos. O estado de saúde de Drica Moraes pode ter sido um obstáculo.

Paulo Betti: o veterano ator interpretou o blogueiro Téo Pereira. Aguinaldo Silva tentou discutir a ética jornalística e o direito à privacidade das pessoas públicas. Porém, o resultado foi desanimador. Betti adotou uma postura completamente estereotipada e explorou a caricatura na interpretação. Trejeitos forçados. Não convenceu. Criou um enorme ruído na composição da novela.

Carmo Dalla Vecchia: o ator entrou no meio de "Império". Infelizmente, não viveu um bom momento ao dar vida ao ambicioso Maurilio. Devido à interpretação, em grande parte da novela, o personagem foi uma reencarnação de Manfred, de “Joia Rara”. Mesmo olhar. Mesmo gestual. Mesmo tom de voz. 

Nanda Costa: a atriz é outra que não conseguiu desapegar do trabalho anterior. Devido à interpretação, Tuane era, na realidade, a Morena, de “Salve Jorge”, reencarnada.  Mesmo tom de voz. Mesma postura corporal. Só faltava falar Livia Marine, Wanda, Russo e companhia. Além disso, uma atriz, que brilhou como protagonista de uma novela das nove, não poderia compor o elenco de personagens do terceiro escalão.

Desfecho de José Pedro: em grande parte da história, José Pedro era o “filhinho da mamãe” que não saia de saias de Maria Marta. De repente, transformou-se em Fabricio Melgaço e assassino do próprio pai.  Forçado.

Paulo Vilhena, Paulo Rocha e Ana Carolina Dias: trio parada dura.  A história do esquizofrênico Salvador acrescentou em nada ao conjunto da novela. História paralela sem sentido algum.  “Só encheu linguiça”...

Laércio Fonseca:  o figurante se transformou, de uma hora para outra, em um ator de destaque. Interpretou o obsessivo Felipe, apaixonado pelo homofóbico Enrico (Joaquim Lopes). Além disso, a história que envolvia Claudio (José Mayer) e Leonardo (Klebber Toledo) também não ganhou um bom desenvolvimento na trama.

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 2 de novembro de 2021

TV Globo acerta com "Seleção do Samba"

 

Olá, internautas

Com o arrefecimento da Covid-19, o Carnaval 2022 simbolizará a nova era pós-pandemia em nosso País. A TV Globo já inicia o movimento com o interessante “Seleção do Samba” que vai ao ar nas madrugadas de sábado para domingo, após “Altas Horas”.

É um horário alternativo que reúne os apaixonados pelo universo das escolas de samba. Cada agremiação do Grupo Especial da festividade do Rio de Janeiro apresenta três opções de canções que embalarão o desfile no ano que vem. A diretoria da escola escolhe o melhor samba-enredo, sem interferência alguma da equipe da TV Globo que comanda a atração.

Luis Roberto apresenta a seletiva com comentários de Milton Cunha e Teresa Cristina. A emissora platinada acerta ao exibir o “esquenta” para a festividade que acontecerá em fevereiro. O telespectador, de antemão, já entra no clima.

Mesmo sendo de madrugada, é mais um espaço aberto na programação da TV Globo que valoriza a nossa cultura. E isso é ótimo.

Fabio Maksymczuk