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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

"IndependênciaS" questiona versão oficial da História na TV Cultura

 

Olá, internautas

Dentro do pacote de comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, a TV Cultura exibe a minissérie “IndependênciaS”, dirigida por Luiz Fernando Carvalho. A atração ocupa a faixa das 22 horas às quartas-feiras com reprise aos domingos no mesmo horário. A direção da emissora da Fundação Padre Anchieta acertou no dia e horário. Foge do confronto com a novela das nove e bate de frente com jogos de futebol exibidos pela TV Globo.

O DNA do diretor aparece na obra. A linguagem escapa do padrão televisivo. Mesmo com um ritmo que foge do habitual, “IndependênciaS” apresenta a história da Independência do Brasil com um texto de fácil entendimento. O projeto foi escrito por Luis Alberto de Abreu, com roteiro de Paulo Garfunkel, Alex Moletta e Melina Dalboni.

Kimbundu, língua falada em Angola, conquista amplo destaque na minissérie. O idioma é entoado por uma mulher preta que traz provocações a Dom Pedro I, vivido por Daniel de Oliveira. O ator é um dos destaques do elenco que conta com Antonio Fagundes na pele de Dom João VI, Gabriel Leone como Dom Miguel, e Louisa Sexton que interpreta a Imperatriz Leopoldina. A atriz inglesa, que ostenta o sotaque em suas falas, tem seus diálogos legendados. Sem necessidade. Dá para entender sem dificuldade alguma.  

“IndependênciaS” critica a versão oficial da historiografia brasileira. No capítulo exibido na última quarta (02/11), o quadro de Pedro Américo e o famoso Grito do Ipiranga foram questionados. As rebeliões que ocorreram, especialmente na Bahia e Minas Gerais, ganharam espaço na narrativa para a construção do “Brasil independente” e da Nação com ideários de José Bonifacio (Celso Frateschi). Como ocorreu na novela Novo Mundo, a figura de Leopoldina é valorizada. A vida íntima do Imperador e da Imperatriz também recheiam a obra. A amante Domitila, interpretada por Marcela Vivan, apareceu recentemente na produção.

“IndependênciaS” é uma obra provocativa tanto na linguagem adotada e no enredo que questiona a versão oficial.

Fabio Maksymczuk

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