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sábado, 20 de janeiro de 2024

Frágil "Terra e Paixão" termina com missão cumprida

Olá, internautas

Nesta sexta-feira (19/01), “Terra e Paixão” chegou ao último capítulo. A novela de Walcyr Carrasco e Thelma Guedes termina com a missão cumprida. Os autores escreveram a trama para alavancar a audiência da faixa mais nobre da TV brasileira. Usaram todos os subterfúgios e clichês folhetinescos com o objetivo de prender a atenção do telespectador.

O receituário funcionou no Kantar Ibope. A novela das nove conseguiu romper a almejada barreira dos 30 pontos. A meta atual da produção do horário é ficar entre 29 a 34 pontos. Apesar disso, como analisado nos primeiros capítulos, o roteiro frágil não elevou a qualidade da teledramaturgia oferecida ao telespectador.

A história rasa entre Aline (Barbara Reis) e Antonio La Selva (Tony Ramos) não engrenou. Como abordado lá atrás, o casal Aline e Caio (Cauã Reymond) também não vingou. Diante de tais fatos, os autores remontaram o roteiro em tempo real.

Em muitos momentos, Anely, interpretada pela atriz popular Tatá Werneck, apareceu mais que a protagonista. Luigi (Rainer Cadete), idem. A luta pela água na “Terra Vermelha” virou uma guerra por diamantes que, depois, não se concretizou. Alarme falso. O clima bélico e de violência que dominou os primeiros momentos cedeu espaço a uma trama mais leve e ares nonsenses, típicos de Carrasco.

Diante dos problemas de saúde de Walcyr Carrasco e o texto pobre dos primeiros capítulos (“quem será o meu sucessor”), Thelma Guedes foi chamada para sustentar a obra. Missão dada. Missão cumprida. A autora respeitou os diálogos simples com personagens não multifacetados, caraterísticas das obras do autor que atingem a grande massa.

A seguir, o balanço com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Amaury Lorenzo (Ramiro): o ator foi o principal nome de “Terra e Paixão”. O então “jagunço” Ramiro galgou espaço na trama com a resposta positiva do público, diante de seu ótimo desempenho no vídeo. De vilão passou a um personagem com ar ingênuo. O amor transforma as pessoas. Lição de “Amor à Vida” repetida em “Terra e Paixão”. Conquistou uma boa parceria com Diego Martins que viveu Kelvinho. A dupla já entrou na história da teledramaturgia brasileira com o avanço da temática do universo LGBTQIA+ em telenovelas. No horário mais nobre da TV brasileira, o casamento homoafetivo em pleno último capítulo simboliza tal visão. Os beijos doces entre os personagens também marcam a percepção.

Tony Ramos (Antonio La Selva) e Gloria Pires (Irene): mesmo com dois personagens que estão longe de figurarem entre os melhores da trajetória artística de décadas, Tony Ramos e Gloria Pires simbolizam a teledramaturgia brasileira. A dupla liderou o elenco da novela das nove. A experiência e a intimidade criada com o público sempre devem ser valorizadas.  

Rainer Cadete (Luigi): o ator personifica o espírito das obras de Walcyr Carrasco. Desta vez, incorporou um “italiano malandro” que aplicava golpes para enriquecer. Conquistou a simpatia do telespectador pelo carisma do personagem.   


Participações especiais: com o esticamento da obra para 222 capítulos, alguns atores e atrizes entraram em “Terra e Paixão” para oxigenar a trama. Eliane Giardini transbordou a sua experiência para interpretar a vilã Agatha. Claudia Raia foi outra atriz que brilhou em sua breve passagem na trama, como a mãe tresloucada de Luigi. Rafael Vitti desenvolveu mais um bom trabalho ao viver o bom moço Hélio. Daniel Rocha é outro nome que se entrosou imediatamente com o elenco ao incorporar o “agroboy” Natercinho.

Inez Viana (Angelina): a veterana atriz ganhou uma rara oportunidade após ganhar um papel de destaque na novela das nove. Conquistou o carinho do público ao viver a governante dos La Selva. O desfecho da personagem foi um dos grandes acertos da trama.

Leandro Lima (Marino): o ator ocupou a vaga de “galã” de “Terra e Paixão”. Desenvolveu, mais uma vez, um bom trabalho, após a exitosa passagem em Pantanal. Formou um bom casal com Lucinda, vivida por Debora Falabella. Mesmo assim, é válido lembrar que o delegado Marino, corrupto na primeira fase da trama, não sofreu punição por seus crimes.

 

PONTOS NEGATIVOS

Cauã Reymond (Caio): o ator viveu um dos seus piores momentos de sua carreira em “Terra e Paixão”. Reymond não conseguiu, do primeiro ao último capítulo, transparecer verdade no vídeo com o personagem Caio. Não se desconstruiu para incorporar o produtor rural. O sotaque fortaleceu a artificialidade na interpretação. Erro de escalação.

Aline (Barbara Reis): a então protagonista perdeu espaço durante a trama com as reviravoltas no roteiro para elevar os índices de audiência. A então professora de matemática transformou-se, de uma hora para outra, em contadora. As dívidas foram esquecidas. O sonho de produtora rural passou para milionária com extração de diamantes. Perdeu o marido assassinado. Logo em seguida, apaixonou-se por Daniel. Imediatamente após o falecimento de seu novo amor, declarou estar apaixonada por Caio. Tudo isso provocou um afastamento do público que não embarcou na história.

Mara (Renata Gaspar) e Menah (Camilla Damião): o casal lésbico ficou ofuscado com o sucesso de Ramiro e Kelvinho. Diante disso, as duas personagens ficaram relegadas ao terceiro plano na trama. Um dos efeitos do roteiro original remexido.  

Odilon (Jonathan Azevedo): personagem avulso que ficou sem função alguma durante a novela “Terra e Paixão”.

Gil Coelho (Franco): outro ator subaproveitado em Terra e Paixão. O personagem teve o romance bruscamente interrompido com uma indígena.  

Show de Michel Teló: o desfecho de “Terra e Paixão” causou um ruído junto ao telespectador. Estranhamente, Ana Castela, Chitãozinho e Xororó não cantaram a música de abertura da novela no show que marcou o encerramento da produção. Michel Teló substituiu o trio. Além disso, nesse momento, apareceram, livres, leves e soltos, Ramiro e Tadeu (Claudio Gabriel) que deveriam ter permanecido presos.

Fabio Maksymczuk

2 comentários:

  1. Minha Opinião:Pior novela do Walcyr Carrasco no horário nobre,nada se salva tinha achado "O outro lado do Paraíso" péssima mas essa se superou,só teve audiência por conta dos vilões Tony Ramos,Eliane Giardine e Gloria Pires e nos pontos positivos no qual você citou,a mocinha Aline personagem horrível a atriz até que tentou da dignidade pra personagem mas foi ruim do mesmo jeito,Cauã Reymond sempre foi ruim de atuação(inclusive no fenômeno Avenida Brasil Débora Falabella e Murilo Benício e Adriana Esteves carregaram a novela nas costas) aqui em "Terra e Paixão"ficou evidente ,torcendo pro walcry Carrasco voltar pro horário que ele nunca deveria ter saindo que e o das 6 e reerguer o horário que estar horrível

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