Record perde oportunidade com "Jesus"

Olá, internautas

Nesta segunda-feira (22/04), “Jesus” chegou ao fim na Record TV. Na realidade, o desfecho da trama do Messias ocorreu na Sexta-feira Santa (19/04) com a ascensão do Nazareno. O último capítulo serviu como chamada para uma próxima produção bíblica com destaque para Paulo de Tarso (Igor Rickli).

A emissora perdeu uma preciosa oportunidade para incomodar, até mesmo, a TV Globo. “Jesus” tinha todas as condições de tornar-se mais um fenômeno de audiência no estilo de “Os Dez Mandamentos”. Porém, desde quando a Record cedeu a produção de suas obras para a Casablanca, a teledramaturgia enfrenta dificuldades até para garantir uma vice-liderança isolada mais folgada.

Dudu Azevedo deu o seu máximo para interpretar Jesus. É louvável a iniciativa de fugir da imagem europeia. Apesar disso, o perfil do ator não combina com o personagem. Esse foi o primeiro empecilho da obra.

Em segundo lugar, a direção da novela, que ficou sob responsabilidade de Edgard Miranda, trouxe um ritmo extremamente cadenciado. Havia lapsos em uma parte considerável de cenas que ficavam sem fala. Muita contemplação... A trama precisava de mais agilidade. A história é riquíssima. Mais ação.

Por outro lado, “Jesus” teve o mérito de movimentar centenas de atores e atrizes que buscam seu espaço na teledramaturgia. Nesta produção, havia as figurinhas carimbadas do canal, como Paulo Figueiredo, Giuseppe Oristanio, Petrônio Gontijo e Fernando Pavão, mas rostos não desgastados no vídeo e novatos marcaram o elenco.

Eucir de Souza se destacou ao interpretar Caifás. Rodrigo Andrade viveu um dos seus melhores momentos na TV ao interpretar o apóstolo Simão Zelote. Day Mesquita aproveitou a oportunidade no papel de Maria Madalena.

Mesmo sem fazer o milagre da multiplicação nos índices de audiência, “Jesus” serviu para recuperar o espaço perdido pela novela antecessora “Apocalipse” que não deixou boa lembrança na memória do telespectador.

Fabio Maksymczuk