Olá, internautas
Nesta sexta-feira (04/02), “Nos Tempos do Imperador” chegou
ao último capítulo. A novela de Alessandro Marson e Thereza Falcão terminou
fora da meta nos índices de audiência. Raramente, atingiu a casa dos 20 pontos.
Algumas razões podem ser citadas para justificar tal desempenho (descritas
abaixo nos pontos negativos). Apesar disso, a trama termina com o resultado
positivo, principalmente por popularizar personagens fundamentais da nossa
História, como Dom Pedro II, Imperatriz Teresa Cristina e as princesas Isabel e
Leopoldina.
Através da teledramaturgia, milhões de brasileiros têm a
oportunidade de conhecer as raízes da nossa sociedade e compreender o nosso
presente, principalmente referente ao racismo estrutural. “Nos Tempos do
Imperador” foi uma grande aula de História.
A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos
positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Paula Cohen (Dona Lota Pindaiba): a atriz se transformou no
maior destaque do elenco de “Nos Tempos do Imperador”. Paula foge da mesmice
das escalações da emissora platinada e mostrou o seu talento ao viver
a Baronesa, personagem que contrastava com a sisudez do núcleo central do
Império. Migrava da comédia para o drama com naturalidade.
Leticia Sabatella (Teresa Cristina): a atriz conseguiu humanizar
a figura da Imperatriz que ganhou a alcunha de “mãe dos brasileiros” durante o
Segundo Reinado. Trabalho brilhante.
Mariana Ximenes (Luisa): a atriz também sobressaiu no elenco
ao interpretar a Condessa de Barral e grande amor da vida de Dom Pedro II.
Interpretação segura.
Selton Mello (Dom Pedro II): o ator conseguiu dignificar a
figura do monarca que possuía uma imagem mais reservada e menos ostentativa,
diferente de outros reis da Europa. A direção da novela acertou ao escalar o
protagonista que tinha uma missão desafiadora, justamente pelas características
mais introspectivas da figura histórica.
Gil Coelho (Augusto): o jovem ator aproveitou bem a
oportunidade ao viver o príncipe Augusto, um dos mais queridos personagens da
novela.
Daphne Bozaski (Dolores) e João Pedro Zappa (Nelio): o casal
de “patinhos feios”, Dolores e Nelio, caiu nas graças do público. Daphne e
Zappa roubaram a atenção para essa história paralela. O embate entre Tonico
(Alexandre Nero) e Nelio no penhasco foi um dos melhores momentos de toda a
novela.
PONTOS NEGATIVOS
Filtro escuro na imagem: o diretor Vinicius Coimbra apostou
no filtro escuro na imagem, o que fortaleceu a sisudez da produção na faixa das
seis da TV Globo. Isso contribuiu para o afastamento do telespectador.
Ritmo lento na primeira fase: a primeira fase de “Nos Tempos
do Imperador” foi extremamente cadenciado. A novela exigia um ritmo mais ágil
no desenvolvimento da história. A trama cresceu a partir de sua metade.
Germana (Viviane Pasmanter) e Licurgo (Guilherme Piva): a
ideia de trazer personagens de “Novo Mundo” poderia ter sido interessante.
Porém, o retorno de Germana e Licurgo não funcionou. O ar “asqueroso” dos personagens
predominou na primeira parte da novela.
Núcleo de Vitória (Maria Clara Gueiros), Clemência (Dani
Barros) e Quinzinho (Augusto Madeira): núcleo paralelo que destoava de todo o
restante da novela. Personagens maçantes. Além disso, o romance lésbico, de uma
hora para outra, também não se encaixou na narrativa da trama. Ficou artificial.
Desfecho de “Nos Tempos do Imperador”: os autores encerraram
a novela com o término da Guerra do Paraguai marcado pela morte de Solano López
(Roberto Brindelli). Porém, a novela abordou com ênfase a dificuldade
encontrada pela Princesa Isabel (Giulia Gayoso) para engravidar. E a trama
parou por aí. Sem continuidade. “Nos Tempos do Imperador” poderia ter destacado
a morte da Princesa Leopoldina (Bruna Griphao), após o conflito armamentício, a
Abolição e o declínio do Império. No desfecho da trama, os autores foram
felizes ao ressaltar o Golpe Militar que destituiu Dom Pedro II do trono e a
expulsão da família imperial do Brasil. Como a novela parou, praticamente, em
1870, os autores poderiam continuar com a trilogia (seja em minissérie),
através de Pedro Augusto, neto de Dom Pedro II. Seria interessante. Uma
história praticamente desconhecida pelos brasileiros.
Fabio Maksymczuk
Realmente NTDI foi uma aula-novela. Alguns desfechos serão uma continuidade. Os autores pretendem fazer a terceira parte com a abolição da escravatura, a morte precoce de Leopoldina, a loucura de Pedro Augusto, a destituição do Segundo Reinado... eles afirmaram que é uma trilogia.
ResponderExcluirAgora, sobre o núcleo de Quinzinho e o retorno de Germana e Licurgo: não fariam falta senão houvesse.
Trilogia com elenco diferente? veremos...
ExcluirDestaque positivo também para Danilo Dal Farra, Heslaine Vieira, Maicon Rodrigues e indiscutível: ALEXANDRE NERO!
ResponderExcluirConsiderações registradas
ExcluirBoa tarde Fábio. Aula de história com toda certeza. Parabéns pelo seu trabalho e excelente resenha. Bom sábado com muita saúde e paz.
ResponderExcluirObrigado
Excluira baroa foi incrível, eu até estava cansada dela no começo, mas a virada da personagem emocionou. gostei q mostraram bastante a teresa cristina. a atriz comentou q pouco se fala dela q sempre foi muito querida, dedicada, diplomática e solitária. melhor casal nelio e dolores. os dois atores arrasaram. a novela q vc viu não tinha a pequena áfrica. tb falei da novela no meu blog. beijos, pedrita
ResponderExcluirGostei também do destaque para a Imperatriz Teresa Cristina.
ExcluirUma aula de história com bastantes erros... abçs
ResponderExcluirTemos visões divergentes sobre a novela.
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