Olá, internautas
Na última sexta-feira (25/11), o canal VIVA exibiu o último
capítulo da deliciosa novela “Pão-Pão Beijo-Beijo”. A obra de Walther Negrão
com direção-geral de Gonzaga Blota surpreendeu positivamente com um enredo que
cativou o público.
Com as reprises de produções dos anos 80, fica perceptível
que as novelas de “antigamente” eram, de fato, bem superiores às tramas atuais requintadas
por tecnologia de ponta. Não é saudosismo.
Novela é texto. Walther Negrão vivia uma excelente fase. “Pão-Pão Beijo-Beijo” apostou em um enredo simples que envolveu o telespectador sem vilanias
exageradas, personagens escabrosos ou espetacularização da violência. O roteiro
bem construído de “Pão Pão Beijo Beijo”, novela de 1983, contrasta com a mal
planejada “Travessia”, carro-chefe da programação atual da TV Globo. Sinal da
má fase das telenovelas contemporâneas.
A seguir, o balanço final com os pontos positivos e
negativos.
PONTOS POSITIVOS
Lélia Abramo (Mamma Vitoria) – a novela enalteceu a
excelente Lélia Abramo que deixou saudades eternas. A atriz foi, praticamente, uma
das protagonistas de “Pão Pão Beijo Beijo”. Sobressaía em cena com a personagem
mais carismática da trama. Empoderada.
Elizabeth Savalla (Bruna) – a atriz viveu o auge de sua
carreira entre meados dos anos 70 e meados dos anos 80. A jovem Savalla, mais
uma vez, sobressaiu agora em “Pão-Pão Beijo-Beijo”. Talentosa, a atriz personificou
a mimada e fútil Bruna. Sem cair em estereótipos. Uma das personagens mais
importantes da trama. Antagonista sem ser vilã estereotipada.
Maria Claudia (Luiza) – a atriz tinha uma identidade própria
em sua arte de interpretação. Perfil característico dos anos 70 e 80. Maria
Claudia viveu a personagem que representava milhares de mulheres daquela época
que entravam no mercado de trabalho. Empresária competente nas “cantinas da
Mamma”, mas sem a mesma habilidade no amor. Mocinha que amava Ciro (Claudio
Marzo). Só conseguiu o almejado beijo no último capítulo. Após 164 capítulos. Walther
Negrão acertou ao não selar a união entre Ciro e Bruna.
Arnaud Rodrigues (Soró) – o ator conquistou o telespectador com
o ingênuo Soró. Suas brincadeiras pueris com Geninho (Paulo Vignolo) trouxeram um
ar leve à novela. Para grande parte dos telespectadores que assistiram somente ao
humorístico “A Praça é Nossa”, do SBT, foi uma surpresa acompanhá-lo em uma
novela da TV Globo.
Laura Cardoso (Donana) – grande atriz que personificava a
retirante do sertão nordestino. Sonhava com o retorno à sua terra natal, mas
enfrentava a ambição do homem que não solucionava as intempéries da seca. Texto
de quarenta anos atrás. O encontro entre Laura Cardoso e Lelia Abramo foi um “desbunde”.
Regina Dourado (Lala Sereno) – a então jovem atriz também conquistou o carinho do público ao interpretar a personagem que enfrentava uma saúde mental instável, principalmente após o gatilho acionado pelo abandono no altar.
Paulo Guarnieri (Daniel/Gasparzinho) – o ator sobressaiu no
núcleo jovem que integrava uma das principais histórias paralelas de “Pão-Pão
Beijo-Beijo” ao lado de Cassio Gabus Mendes (Franco), Tassia Camargo (Nina) e Élida
L'Astorina (Duda). Muito carismático no vídeo.
Norma Geraldy (Zizi) – uma das atrizes mais “fofas” do
elenco. Vivia os dilemas do núcleo da terceira idade ao lado de Dionisio
Azevedo (Altino). Até o Retiro dos Artistas apareceu na novela.
Cleyde Blota (Joana) – a atriz transmitia ar de elegância e
sobriedade em seus trabalhos, inclusive como a governanta Giovanna (Joana).
Muito segura no vídeo.
Monique Alves (Maria Helena) – a beleza da atriz irradiava
na tela. Linda.
PONTOS NEGATIVOS
Último capítulo: Walther Negrão encerrou a novela com um
desfecho frio. Como já citado acima, Luiza aguardou 164 capítulos para dar um
beijo em seu amado. Em seguida, já passou para o casamento. Esse romance
poderia ter sido muito melhor desenvolvido. Há ainda o dilema do casal de
primos Duda e Francuccio. Chegaram ao final feliz sem uma conversa franca com
seus pais e familiares. Já Dona Joana ficou pela Europa ao lado de seu marido.
Não retornou ao Brasil.
Título da novela: “Pão-Pão Beijo-Beijo” se relaciona, em absolutamente nada, com a novela ambientada
nas cantinas de Mamma Vitoria. Não era padaria...
Abertura da novela: a mesma falta de sincronia aparecia
também na abertura. Nenhum sinal de macarrão, massa ou molho de tomate. Até
mesmo, um casal aparecia do nada em uma praia. Somente nos últimos capítulos,
Ciro, para atender um sonho de sua irmã Maria Helena, abriu o restaurante com
receitas naturais “Pão-Pão Beijo-Beijo”. Porém, isso não era o cerne da trama.
Desfecho de Julio (Edwin Luisi): o final de Julio deveria
ser ao lado de Mariana, interpretada pela belíssima Tania Loureiro. Porém,
Walther Negrão optou que a filha de Dona Donana chegasse ao final feliz com
Benito (do saudoso João Carlos Barroso). Um total absurdo.
Falta de intimidade entre Gaspar (Paulo Gonçalves) e Milica (Cinira Camargo): o zelador e a cabelereira resolveram, de supetão, se casar. Porém, raras cenas de intimidade do casal foram levadas ao ar. Sequer, um beijo na boca.
Fabio Maksymczuk







Eu nunca tinha ouvido falar nessa novela. Interessante saber um pouqinho mais sobre.
ResponderExcluirBeijos!
Baú televisivo.
ExcluirRealmente Fábio, as novelas 'antigas"são muito mais interessantes que as atuais. Muito bom o Canal Viva revive-las . Rua atualmente só estou vendo reprises: Rei do gado , chocolate com pimenta. Ambas interrompidas devido aos jogos da Copa. Uma pena ,porque o futebol brasileiro já foi bom. "Os melhores "não jogam mais. Estamos em outra fase, sem ídolos futebolísticos verdadeiros. Abraços
ResponderExcluirAs antigas eram melhores
ExcluirPão Pão Beijo Beijo teve um bom início, um meio bem arrastado e o final corrido.
ResponderExcluirNão é ruim, mas é muito arrastada, só melhora depois do capítulo 120.
Eu gostei
Excluir