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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

"Acerte ou Caia" abusa de celebridades na Record

 

Olá, internautas

Em 2003, antes da histórica fase A caminho da liderança, a Record apostou em um programa inusitado, sob comando de Milton Neves. Era o “Roleta Russa”. Pessoas caíam em um buraco quando erravam alguma resposta. Conquistou repercussão junto ao telespectador. Nove anos depois, a Band exibiu um programa semelhante. Datena tentou se firmar no entretenimento com o “Quem Fica em Pé?”.

Agora em 2024, a Record resolve resgatar uma atração similar. Desta vez, Tom Cavalcante, que retorna aos domínios da emissora da Barra Funda, apresenta “Acerte ou Caia”. O game show é uma tentativa de recriar a grade dominical.

Desta vez, o programa reunirá 176 celebridades de diversas áreas que lutarão para não cair no temido buraco. Na edição de estreia, que foi ao ar no último domingo (25/08), Silvia Abravanel consagrou-se como a grande vitoriosa. Faturou cerca de 47 mil reais.

Esse é um dos principais questionamentos da nova atração. As chamadas “celebridades” ou “subcelebridades” buscam, na realidade, tempo de tela. Espaço para serem lembrados pelo público. O prêmio final se transforma em um detalhe. O formato poderia ter reunido metade do elenco composto por participantes anônimos. Para milhões de brasileiros, 50 mil reais faz uma enorme diferença.

Além disso, as regras são ingratas. Na estreia, Silvia teve que derrubar todos os concorrentes. Muito provavelmente, isso será raro. O chamado “líder”, já exausto com tantas questões, ficará com a mente cansada na reta final. Já os desafiantes estarão menos desestressados. Duelos teriam sido bem-vindos. Os vencedores de cada etapa avançariam de fase até uma grande final.

“Acerte ou Caia” teria sido um programa perfeito para o retorno de Marcio Garcia à Record. Tom Cavalcante, como apresentador, é inferior aos seus rivais de horário, Luciano Huck e Celso Portiolli. Na realidade, Tom poderia ter liderado um humorístico na Record, já que a emissora abandonou há muitos anos o segmento.

“Acerte ou Caia” tem ainda uma missão. Entregar bons números ao “Hora do Faro” durante a sua melhor época do ano: quando o apresentador explora o reality “A Fazenda” que estreará daqui a algumas semanas. A conferir.

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 27 de agosto de 2024

"Domingo Record" estreia sem identidade

 

Olá, internautas

No último domingo (25/08), a Record iniciou a reformulação da sua programação dominical com a estreia do “Domingo Record”. A nova atração comandada por Rachel Sheherazade antecede outra aposta da emissora, “Acerte ou Caia”, com Tom Cavalcante. A Record, finalmente, resolveu investir na grade que foi desmontada desde a saída de Geraldo Luis com “Domingo Show”.  

Neste primeiro programa, “Domingo Record” estreou sem identidade própria. Mais parece uma sucursal do “Domingo Espetacular” no horário do almoço. Mesmo estilo de edição das matérias. Mesmo estilo de texto. O bate-papo de Rachel com Zezé di Camargo e Graciele Lacerda poderia ter sido encaixado perfeitamente na revista eletrônica noturna.

O quadro que acompanhará a perda de 20 quilos do jornalista Reinaldo Gottino remete claramente ao “Desafio da Pesada” que integrava o “Domingo Espetacular”. Além disso, na estreia, a matéria ficou longuíssima no ar, o que travou um ritmo mais dinâmico. Quase quarenta minutos no ar. O ideal seria não ultrapassar quinze minutos.

O melhor momento da estreia aconteceu durante a entrevista de Rachel com o campeão do “Big Brother Brasil 24”, Davi Brito, e sua mãe Elisangela, em Salvador. O bate-papo relembrou as conversas que Geraldo Luis tinha com os famosos no “Domingo Show”.

“Domingo Record” marcou 3,5 pontos de média. Abaixo da expectativa. O SBT conquistou, na faixa de confronto, 8 pontos. Além da falta de um ritmo mais ágil, o novo dominical reuniu personagens com taxa de rejeição no público, como o próprio Davi, Zezé di Camargo e sua esposa Graciele, além da própria apresentadora Rachel Sheherazade que arranhou a sua imagem, após a morte de Silvio Santos. 

“Domingo Record” precisará construir a sua própria identidade com Rachel mais desengessada no vídeo. 

Fabio Maksymczuk

domingo, 25 de agosto de 2024

SBT resgata material histórico com "A Praça É Nossa"

 

Olá, internautas

Em virtude do luto pela morte de Silvio Santos, “A Praça É Nossa” exibiu, na última quinta-feira (22/08), uma edição especial do humorístico. O SBT resgatou a estreia do humorístico em 1987. A interação de Gugu Liberato com a Velha Surda, além da participação da Catifunda (Zilda Cardoso) ganharam espaço.

O ponto alto da edição aconteceu no encontro de Carlos Alberto de Nóbrega com Silvio Santos que fez questão de sentar no banco mais famosos do Brasil. Durante o bate-papo, o chamado “dono do Baú” chamou Carlos de “irmão” e ressaltou a importância de Manuel de Nóbrega, pai de “Charles Albert”, para o seu sucesso artístico e empresarial. Ressaltou que o “velho Nóbrega” era considerado, nos anos 40 e 50, o homem mais famoso de São Paulo e que tinha sido deputado estadual. Ele integrava o PSP, partido de Adhemar de Barros.  

Para reverenciar Manuel, Silvio Santos resgatou vídeos históricos da fundação da então TVS no Rio de Janeiro em 1975/76. Durante a cerimônia de assinatura da concessão, o animador enfatizou que tal conquista se deve, principalmente, a Manuel de Nóbrega que fez o “meio de campo” com militares influentes no então governo Ernesto Geisel. Até promovia jantares em sua residência.

Nesta reunião da “fundação da TVS”, Manuel, já doente, frisou que a nova emissora seria comandada por um artista e seria o embrião de um sonho maior que, anos mais tarde, concretizou-se no SBT. Silvio Santos ficou, nitidamente, sensibilizado com as palavras. Olhos marejados. Momento raríssimo. Poucos meses após tal discurso, Manuel morreu.

Manuel de Nóbrega é figura fundamental para a configuração da atual televisão brasileira. E Silvio Santos sabia disso.

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

"Força de Mulher" indica caminho para Record

 

Olá, internautas

Após o encerramento de “A Rainha da Pérsia”, a Record resolveu trilhar um novo caminho no horário nobre. A emissora da Barra Funda apostou em uma novela turca para tapar o buraco até a exibição de mais uma temporada da série “Reis”.

“Força de Mulher” é o título da produção que ocupa a faixa horária das 21 horas. Até aqui, garante a vice-liderança isolada ao redor dos 6 pontos de média. A história conta o drama de Bahar, interpretada pela atriz Özge Özpirinçci, que enfrenta muitos obstáculos para criar os dois filhos Nissan (Kübra Süzgün) e Doruk (Ali Semi Sefil).

Além dos perrengues do dia a dia, a novela explora o mistério sobre o desaparecimento do companheiro de Bahar, Sarp Çe_meli (Caner Cindoruk). A meia-irmã da mocinha, Şirin Sarıkadı (Seray Kaya), apresenta envolta nesta história. A cada capítulo, surge uma peça do quebra-cabeça.

Uma das cenas mais tocantes passou nos primeiros capítulos. Sem dinheiro, Bahar foi até um órgão governamental para pedir uma espécie de “bolsa família”. Os burocratas não quiseram ajudá-la. Em um ato de desespero, ela pediu esmola a um desses homens, já que seus filhos precisavam comer.

No capítulo exibido na última quarta (21/08), Bahar preparou biscoitos para que seus filhos participassem de uma espécie de quermesse. Eis que pombos comeram e esfacelaram. Mesmo assim, com as dificuldades financeiras, os filhos levaram os biscoitos esfarelados e também comeram os petiscos devorados pelas aves.

“Força de Mulher” conta com uma história focada em um eixo principal. Não há uma profusão de histórias paralelas. Não há dezenas de personagens. É uma história simples e universal. As mulheres, principalmente, se identificam com o sofrimento da mãe batalhadora.  Da Turquia ao Brasil.

E uma novela que foge de ideologias políticas. Não há personagens homossexuais. Não há abordagem sobre assuntos que polemizam a sociedade. É o velho folhetim em seu estado mais bruto. Uma mãe que luta pelo bem-estar de seus filhos. O patamar de audiência da novela “Força de Mulher” semelhante às recentes produções bíblicas aponta um caminho para a teledramaturgia nacional da Record.

Fabio Maksymczuk

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Globo sobressai em cobertura da morte de Silvio Santos

 

Olá, internautas

A TV brasileira vive seus dias de luto. Silvio Santos, um dos maiores símbolos nos 74 anos da TV brasileira, morreu no último sábado (17/08), em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por influenza A (H1N1).

Na TV Globo, Zileide Silva interrompeu a programação para divulgar a notícia durante o “É de Casa”. Por volta das 10 da manhã. Desde então, a emissora dos Marinho fez uma cobertura intensiva sobre o acontecimento.

No SBT, o noticiário sobre o desencarne de seu patrono começou mais tarde. Por volta do meio-dia. A jornalista Simone Queiroz iniciou o “Plantão SBT” tentando justificar o atraso injustificável de tal cobertura. Na Record, Luiz Bacci comandou a cobertura inicial no “Balanço Geral”. Na Band, havia boletins que interrompiam a programação, sob batuta de Adriana Araújo.

Como já aconteceu na morte de Gugu Liberato, outro dos maiores símbolos da TV brasileira, a TV Globo, mais uma vez, sobressaiu na cobertura jornalística. Às 15 horas, Renata Vasconcellos e Cesar Tralli, apresentadores do “Jornal Nacional” que só entraria às 20h30, estavam a postos para seguir a transmissão sobre o falecimento do comunicador.  

Desde meio-dia, o SBT seguiu, de forma ininterrupta, por madrugada adentro, a sua cobertura. Lembrou a maratona do Teleton com revezamento de apresentadores. Gabriel Cartolano apareceu por volta da 1 da manhã. Nesta faixa, entraram reprises de programas comandados por SS, como “Nada Além da Verdade” com Alessandra Scatena.

No domingo de manhã, Michelle Barros e Paulo Mathias continuaram a transmissão do SBT. Portiolli apareceu mais tarde ao lado de outros apresentadores do canal, como Danilo Gentili e Ratinho. Na faixa do “Domingo Legal”, também resgataram material histórico do animador, como a veiculação do “Em Nome do Amor” com Roberto Carlos.

Na TV Globo, a cobertura retornou no “Domingão com Huck” que destacou ex-sbstistas, hoje globais, como Livia Andrade que se emocionou no vídeo, Larissa Manoela, além de Angélica.  O “Fantástico” exibiu reportagens especiais durante a revista eletrônica. A emissora platinada acertou o tom em toda a cobertura. Uma reverência digna ao seu ex-funcionário que se tornou seu maior concorrente.   

Durante a faixa do “Programa Silvio Santos com Patrícia Abravanel”, o SBT exibiu episódios do bom documentário “”Vale Mais do que Dinheiro”. Chamou a atenção a entrevista do ex-deputado federal Eduardo Cunha que é visto como o “destruidor” da candidatura de Silvio Santos na eleição presidencial de 1989, além da menção ao desfile da Imperador do Ipiranga que homenageou o animador no carnaval paulistano em 1979. Fato pouco lembrado.

A CNN Brasil exibiu um bom bate-papo com Cristina Padiglione e Fernando Morgado sobre o legado de Silvio Santos. A jornalista Elisa Veeck, que era atriz mirim na primeira versão de Chiquititas no Brasil (interpretou Fran), mediou a conversa. Morgado fez uma boa leitura sobre o que aconteceu com Silvio Santos. Na realidade, o “mito” não morreu, mas desapareceu. Não ocorreu velório público e nem sequer uma despedida dos telespectadores que acompanharam por décadas o “dono do Baú” pelas ruas de São Paulo no carro dos bombeiros. Ficou esse vazio imagético. Desapareceu.

Em casa, domingo sempre foi sinônimo de Silvio Santos. Desde a sua saída do vídeo com a eclosão da pandemia de Covid-19, o grande público começou, lentamente, a se despedir do animador. Foi uma despedida lenta e gradual. Havia ainda o fiapo de esperança de seu retorno ao dominical do SBT. Isso foi enterrado. Agora, o bastão está definitivamente nas mãos de Patricia Abravanel.

A TV brasileira vive um momento de transformação. A morte de Silvio Santos faz parte desse processo. Qual será o caminho do SBT nesses novos tempos sem o seu patrono? A conferir.

Raul Gil, que fez um périplo em diferentes emissoras para prestar a sua homenagem a SS, fez outro bom diagnóstico: Senor Abravanel morreu. Silvio Santos é eterno. Meus sinceros pêsames aos familiares, amigos e à legião de telespectadores que se sente “órfã” nesse momento.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

TV Globo derrapa com estreia de "Estrela da Casa"

 

Olá, internautas

Nesta semana, a TV Globo estreou “Estrela da Casa”.  O novo reality show, até aqui, não bombou nos índices de audiência. Entre 13 a 14 pontos de média. Longe do patamar dos 20 pontos conquistados pelo “Big Brother Brasil”.

Ana Clara, ex-BBB que aparece como uma das apostas do Grupo Globo, comanda a nova atração com 14 cantores. O campeão ganha o prêmio de R$500 mil, contrato e gerenciamento de carreira com a Universal Music Brasil e turnê pelo país. A primeira impressão, deixada na edição de estreia, aponta Lucca, representante da música sertaneja, como um dos principais favoritos.  

Os primeiros episódios da atração não deixaram uma boa impressão. A TV Globo passa a imagem de ter cortado verbas de produção na reutilização da mesma casa do “BBB”. A Record trabalha, muito melhor, o “estúdio” de “A Fazenda” nos realities “Power Couple Brasil” e “A Grande Conquista”. Não aconteceu uma repaginada que desse uma identidade própria à casa mais vigiada do Brasil.

Em 2002, a TV Globo, com a repercussão da reta final do “BBB1”, resolveu, no mesmo ano, produzir o “BBB2”. A estratégia não funcionou. A segunda temporada trouxe cansaço ao formato recém-lançado. Após 24 edições, o quadro é mais desalentador. “Estrela da Casa” segue o mesmo padrão do “BBB”. Até com prova de resistência nos mesmos moldes. Prova do líder, mesmo com outra designação, idem.

A nova aposta da emissora platinada tem grande potencial de desgastar o formato de “reality de confinamento”. A TV Globo seguiu o rastro da Record que já não colhe bons frutos com dois realities similares por ano.

“Estrela da Casa” já expõe os velhos ingredientes que marcam o formato. Picuinhas entre os participantes. Discussões. Formação de grupos. Tudo regado à cantoria, desta vez. O retrospecto negativo de trabalhos recentes liderados por Boninho também não ajuda. O novo reality não traz uma boa perspectiva.

Fabio Maksymczuk

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Diversidade no elenco aparece em estreia do "Bake Off Brasil 10"

 

Olá, internautas

No último sábado (10/08), o SBT estreou a décima temporada do “Bake Off Brasil”. Para amenizar o acentuado desgaste do formato, o talent show sofreu uma mudança total na equipe de frente da atração. Fabiana Karla, atriz que alcançou sucesso em produções da TV Globo, assumiu o posto de apresentadora ao lado dos novos jurados Carole Crema e André Mifano. A emissora também resolveu antecipar o horário de exibição para 20h45.

Apesar de ter sentido a ausência de Beca Milano, tais alterações foram necessárias. “Bake Off Brasil” ganhou um novo vigor, especialmente na nova faixa de exibição. Anteriormente, o programa ultrapassava a meia-noite. A “atração mais doce da TV brasileira” agora entrega a programação para Virginia Fonseca com o Sabadou que tem a missão de renovar o horário anteriormente ocupado pelo Bake Off Brasil.  

Na edição da estreia, chamou a atenção a diversidade de perfis que compõe a décima temporada. Há uma variedade de sotaques que representam todo o Brasil, como mineiro, carioca, pernambucano, alagoano e paraense. Além disso, há uma senhora aposentada, ex-trabalhador do setor petrolífero, comissário de bordo, garçom, entre outros profissionais. Há ainda homoafetivos e uma mulher trans, assim definida pela própria Itacira.  

Na primeira impressão, Thiago, paraense da Ilha de Marajó, é um dos destaques. Despertou interesse sua história de vida com a a distribuição de bolos aos moradores de Anajás. Danilo Guerini, à primeira vista, é um dos favoritos a vencer a competição. Pesquisando informações sobre o rapaz, descobri que ele já participou do reality Mais Doce, pela TV Vitória (afiliada da Record), e venceu a disputa. O capixaba já tem essa vantagem competitiva diante dos concorrentes.

Agora, é acompanhar como Fabiana, Carole e Mifano firmarão as suas próprias identidades em comparação a outras apresentadoras e jurados das nove temporadas anteriores. Começou bem.

Fabio Maksymczuk

domingo, 11 de agosto de 2024

Despedida de Milton Leite: Breves comentários sobre TV Globo e sportv nos Jogos Olímpicos de Paris

 

Olá, internautas

Neste domingo (11/08), os Jogos Olímpicos de Paris chegaram ao fim com a Cerimônia de Encerramento. TV Globo e sportv fizeram uma cobertura intensiva do maior evento esportivo do planeta.

Na TV Globo, a maior novidade ficou com a Central Olímpica que contou com Tadeu Schmidt e Fernanda Garay. Mais uma vez, fica nítida a preocupação do Grupo Globo com a diversidade ao escalar a ex-jogadora de vôlei no boletim esportivo diário. Como já ocorria no Fantástico com os cavalinhos, Tadeu passou graciosidade com o mascote da atração, o gato Petit Gatô, no noticiário olímpico.

Dentro da perspectiva da representatividade, a TV Globo escalou Natalia Lara para narrar os jogos da seleção brasileira de futebol feminino que surpreendeu com a medalha de prata. A emissora ostenta “a equipe 100% feminina” em tal cobertura. Natália conduz uma transmissão mais leve em comparação à colega Renata Silveira que ficou mais restrita ao sportv.

Por outro lado, Natalia ainda precisa encontrar o tom adequado nas transmissões de outras modalidades esportivas. Narrar futebol é diferente de narrar judô que é diferente de narrar ginástica. E assim por diante.  

Já o sportv contou com quatro canais para exibir, ao máximo, a Olimpíada de Paris. Um time de narradores foi escalado para cobrir diversas competições. O resultado foi positivo. Odinei Ribeiro brilhou nas transmissões do basquete. Julio Oliveira se destacou na grande final da ginástica rítmica.

Vinicius Rodrigues, mais uma vez, demonstrou competência e versatilidade em narrar diferentes modalidades que foi do surfe, vôlei, breaking até hipismo no pentatlo moderno.  Henrique Guidi se destacou na cobertura do handebol.

Já entre os comentaristas, Leandro Guilheiro se destacou nas transmissões do judô. Renata Teixeira, mais uma vez, passou comentários pertinentes na ginástica rítmica. Geninho continuou na boa dupla com Everaldo Marques no skate.

Nos boletins informativos do sportv, o jornalista Marcelo Lages chamou a atenção no comando do “Diário de Paris” com um resumo competente do dia olímpico.

No penúltimo dia de Paris 2024, o veterano Milton Leite, após transmitir as últimas provas do atletismo, se despediu dos telespectadores no sportv. Após 19 anos e meio no “canal campeão”, o narrador, visivelmente emocionado, ressaltou que buscará mais qualidade de vida e mais tempo com sua família. O Grupo Globo perde mais um dos seus principais símbolos no jornalismo esportivo. A experiência precisa sempre ser valorizada.

Paris agora passa o bastão para Los Angeles que já anunciou a data de 14 de julho de 2028 para o início de seus Jogos Olímpicos. Au revoir.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Guilherme Becker comanda ótima reportagem sobre 200 anos da imigração alemã no Brasil exibida na TV Cultura

 

Olá, internautas

Na última quarta-feira (07/08), a TV Cultura exibiu, dentro do programa “Camarote 21”, uma ótima reportagem sobre os 200 anos da imigração alemã no Brasil.

O documentário é uma produção original da Deutsche Welle, emissora internacional alemã. A emissora da Fundação Padre Anchieta veicula o material do canal na faixa da meia-noite de quarta para quinta, semanalmente.

A efeméride também foi destacada nos jornalísticos “Globo Repórter”, pela TV Globo, e também no “Caminhos da Reportagem”, na TV Brasil. No material produzido pelo ótimo jornalista Guilherme Becker, teve um diferencial. A história da família do repórter serviu como linha mestra da reportagem.

Becker resgatou as raízes de seus familiares na Alemanha, país onde mora atualmente. Sua avó imigrou para o Brasil em 1925, após ter sido adotada por uma família alemã que encarou a viagem de um mês em alto mar. O repórter, quase um século depois da epopeia, conheceu seus familiares alemães que, aliás, visitaram os parentes em Campo Bom, Rio Grande do Sul, no ano passado. O elo tinha sido perdido por todo esse período. Sua avó perdeu o contato com os pais e irmãs biológicos. O toque humano engrandeceu o documentário.

Além disso, Becker trouxe provocações interessantes, como a “brutal campanha de extermínio” de indígenas que povoavam terras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, após a vinda dos alemães. A arqueóloga e historiadora Walderes Priprá teve o seu “lugar de fala” na reportagem e expôs a diferença de visão de seu povo sobre o uso da terra em prol da proteção ambiental em contraposição a atender a produção capitalista.

O repórter também destacou o número elevado de células nazistas em Blumenau, cidade visitada por Becker que fez um périplo por Berlim, São Paulo, São Leopoldo (berço da imigração alemã no Brasil), Pomerode, entre outras pequenas cidades do interior alemão onde os emigrantes residiam antes da vinda ao Brasil.

O documentário foi gravado um mês antes das inundações que assolaram São Leopoldo e Porto Alegre. Becker atualizou a reportagem com informações sobre como as enchentes atingiram os locais visitados, como o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.   

O jornalístico revelou ainda que São Paulo é a cidade com mais empresas alemãs fora da Alemanha com 250 mil empregos gerados. Por fim, Becker entrevistou uma brasileira do Rio de Janeiro que trabalha atualmente em hospitais na Alemanha. A onda, agora, é a ida de brasileiros para o país europeu em busca de melhores oportunidades.

Ótimo documentário que celebra um marco que ajudou a construir a sociedade brasileira.

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 6 de agosto de 2024

"A Caverna Encantada" enfrenta desgaste na programação do SBT

 

Olá, internautas

Na última semana, o SBT estreou “A Caverna Encantada”. Mais uma novela de Iris Abravanel com direção-geral de Rica Mantoanelli, a trama ganhou, a partir desta segunda-feira (05/08), um novo horário de exibição.

Além da faixa das 20h45, a produção vai ao ar a partir das 18h30. Tal estratégia foi adotada na retomada da teledramaturgia do SBT em 1994. “Éramos Seis” tinha dois horários de exibição na faixa noturna. Portanto, a ideia não é nova.

Iris Abravanel vem desde “As Aventuras de Poliana”, em 2018, com novelas autorais. O DNA da autora aparece, desde então, em todas as produções da emissora. Portanto, uma repetição constante no estilo do texto. “Poliana Moça” e, principalmente, “A Infância de Romeu e Julieta” desgastaram demasiadamente a faixa horária. Iris conseguiu melhor desempenho em adaptações de novelas latinas já levadas ao ar pelo SBT.  

Mesmo com o fracasso de “A Infância de Romeu e Julieta”, o SBT não cortou os mais de trezentos capítulos da obra. A consequência respinga em “A Caverna Encantada” que enfrenta o desalento do público com mais uma novela infantojuvenil da autora.

A nova aposta do SBT reúne elementos de Carrossel, Chiquititas e Carinha de Anjo. Personagens semelhantes. Diálogos parecidos. Até bordões relembram outros já entoados. “Isso é tão romântico” se transformou em “Isso é tão fofinho”, por exemplo.

Mesmo com tal observação, os primeiros capítulos de “A Caverna Encantada” superam “A Infância de Romeu e Julieta”. O elenco também é mais harmônico, tanto adulto quanto infantil. A atriz mirim Mel Summers, que interpreta a protagonista Anna Salvatore, é uma graça no vídeo. Elam Lima, que vive Paulo, o pai da menina, também é um dos acertos na escalação. Miguel Coelho que chamou a atenção em Gênesis, na Record, aparece com bom destaque na obra. O ator encarna o professor Gabriel.

Em um cenário ideal, o SBT deveria ter contratado autores para a retomada do fôlego na teledramaturgia da emissora. Novela é texto. Além disso, uma telenovela para toda a família não necessariamente precisa ser infantojuvenil.

Fabio Maksymczuk

sábado, 3 de agosto de 2024

Cariúcha coloca tempero especial no "Fofocalizando"

 

Olá, internautas

Nesta semana, “Fofocalizando” celebrou oito anos. O programa vespertino do SBT enfrentou várias instabilidades no decorrer desse período.

Na edição especial, Leo Dias fez questão de agradecer o animador Silvio Santos, criador do projeto, por não tirar o programa do ar no fim do ano passado, após a edição que festejou o aniversário do nonagenário.

Em 2023, “Fofocalizando” perdeu força nos índices de audiência com a duração esticada de duas horas e com a faixa vespertina desgastada com “Casos de Família”. Após a reformulação da grade, a elevação dos índices da emissora com as novelas mexicanas e a nova reprise da fracassada Apocalipse pela Record, “Fofocalizando” ganhou um certo fôlego.

O programa ganhou um novo ar com a “espivetada” Cariúcha que colocou um tempero especial ao vespertino. A carioca é uma comunicadora popular. Representa a imagem do “povo na TV”. Inacreditavelmente, o SBT carece desse tipo de profissional em toda a sua programação.

Cariúcha emite sua opinião, sem medo do julgamento alheio. Passa a sua verdade no vídeo. “Fofocalizando” ganhou um novo caminho. Além disso, o novo quarteto funciona. Cada um com seu estilo. Gaby Cabrini e Gabriel Cartolano adotam uma postura mais centrada. Leo Dias, o jornalista mais influente da editoria de celebridades, traz as suas exclusivas e também bate uma boa bola com Cariúcha.

“Fofocalizando” ficou mais leve.

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Blog FABIOTV comemora 20 anos

 

Olá, internautas

1º de agosto sempre é uma data especial para o blog FABIOTV. Neste ano, ainda mais. O espaço comemora hoje duas décadas na blogosfera.

Estamos há 20 anos ininterruptos com análises sobre a programação da TV brasileira. Começamos no UOL Blogs e, com a desativação do serviço pelo portal, migramos para o Blogger.

20 anos atrás, entramos com a proposta inicial de ressaltar atrações independentes e com pouca audiência que não ganhavam espaço na mídia especializada.  

Em duas décadas, esses programas saíram, majoritariamente, da TV aberta com o avanço do Youtube e redes sociais. Ao mesmo tempo, as igrejas evangélicas avançaram na grade “alugada”.

Há uma mutação clara no modo de consumir produtos audiovisuais. Mesmo assim, continuamos sendo um “blog raiz” com a preocupação de abordar a televisão com sinal aberto.

Em 2004, também tínhamos como missão publicar textos curtos e rápidos. Antes mesmo do lançamento do Twitter. Entramos no chamado microblog com essa nossa característica original. Diariamente, estamos lá (@tvfabio). Por aqui, os textos ficaram mais longos e analíticos.  

Tivemos a oportunidade de conhecer os bastidores das emissoras. Aproveitamos para divulgar esses momentos no Facebook e, mais recentemente, no Instagram (colunafabiotv) com fotos e curiosidades. Além, é claro, do portal de notícias que está na web há 17 anos. Somos “multiplatafaorma”, expressão em voga que caracteriza atualmente a comunicação contemporânea.  

Agradecemos a sua companhia nesses 20 anos. E continuaremos a lançar o nosso olhar sobre a transformação da televisão brasileira.

Fabio Maksymczuk