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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Irmãos Simas malogram em "As Aventuras de José e Durval"

 

Olá, internautas

Nesta quinta-feira (14/11), a TV Globo exibiu o último episódio de “As Aventuras de José e Durval” com direção geral de Hugo Prata e produção de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck. A emissora platinada acertou em exibir dois episódios por semana, às terças e quintas-feiras. Um é ligado ao outro, o que impulsionou a minissérie na televisão. Já em “Os Outros”, por exemplo, o telespectador tinha que esperar a outra semana para acompanhar o desenrolar da história.  

Andreia Horta e Marco Ricca se destacaram, especialmente na primeira fase, dentro do elenco de “As Aventuras de José e Durval”. Os dois interpretaram os pais de José e Durval, Araci Prudencio de Lima e Mario Antonio de Lima, respectivamente. Os meninos Pedro Lucas (Xororó) e Pedro Tirolli (Chitãozinho) também merecem aplausos. Estrelaram o bom início da trama.

Já na segunda fase, entraram os irmãos Felipe Simas, no papel de Durval, e Rodrigo Simas, na pele de José. Infelizmente, os atores não conseguiram incorporar a persona da dupla que abriu caminho para a explosão da música sertaneja em nosso País. Nem na interpretação, nem no fenótipo e nem no visual com a estranha cabeleira no vídeo. A direção deveria ter escalado outros atores, mesmo que não conhecidos do grande público, para a missão. Nesta fase, o ator Thiago Brianti se destacou como o produtor José Homero Bettio, filho do saudoso Zé Bettio.

Nasci nos anos 80 e acompanhei o início do sucesso da dupla Chitãozinho e Xororó. Uma das minhas primeiras lembranças recai no programa dos irmãos paranaenses nas manhãs de domingo no SBT. 10 da manhã. Não entrou no roteiro da minissérie.

O preconceito com a então música sertaneja era gigante. Considerada extremamente brega em meio à explosão do rock nacional com Titãs, Cazuza, RPM e outros grupos. Tal aspecto foi apenas tocado com a postura do proprietário da casa de shows Palace no último episódio.     

“As Aventuras de José e Durval” trouxe uma curiosidade auspiciosa. Os então meninos José e Durval já tinham contato, através da caravana de Geraldo Meirelles, com a icônica Inezita Barroso. O embate entre a música caipira e a moderna música sertaneja, defendida por Chitãozinho e Xororó, aparece como pano de fundo da minissérie.

Hoje, a chamada “música sertaneja” é o ritmo mais ouvido em todo o Brasil, especialmente nas vertentes “sertanejo universitário” e “feminejo”. Uma mutação dentro do movimento iniciado por Chitãozinho e Xororó que abriu portas para Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano. O verdadeiro gênero caipira ficou relegado dentro da indústria cultural de massa. A mercantilização da música supera, em muitos casos, a preocupação com a qualidade artística das canções.

“As Aventuras de José e Durval” teve o mérito de destacar a trajetória de Chitãozinho e Xororó que deixaram sua marca dentro da música popular brasileira.

Fabio Maksymczuk    

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