Olá, internautas
Nesta quinta-feira (14/11), a TV Globo exibiu o último
episódio de “As Aventuras de José e Durval” com direção geral de Hugo Prata e produção
de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck. A emissora platinada acertou em exibir
dois episódios por semana, às terças e quintas-feiras. Um é ligado ao outro, o
que impulsionou a minissérie na televisão. Já em “Os Outros”, por exemplo, o telespectador
tinha que esperar a outra semana para acompanhar o desenrolar da história.
Andreia Horta e Marco Ricca se destacaram, especialmente na
primeira fase, dentro do elenco de “As Aventuras de José e Durval”. Os dois
interpretaram os pais de José e Durval, Araci Prudencio de Lima e Mario Antonio
de Lima, respectivamente. Os meninos Pedro Lucas (Xororó) e Pedro Tirolli (Chitãozinho)
também merecem aplausos. Estrelaram o bom início da trama.
Já na segunda fase, entraram os irmãos Felipe Simas, no papel
de Durval, e Rodrigo Simas, na pele de José. Infelizmente, os atores não
conseguiram incorporar a persona da dupla que abriu caminho para a explosão da
música sertaneja em nosso País. Nem na interpretação, nem no fenótipo e nem no
visual com a estranha cabeleira no vídeo. A direção deveria ter escalado outros
atores, mesmo que não conhecidos do grande público, para a missão. Nesta fase,
o ator Thiago Brianti se destacou como o produtor José Homero Bettio, filho do
saudoso Zé Bettio.
Nasci nos anos 80 e acompanhei o início do sucesso da dupla
Chitãozinho e Xororó. Uma das minhas primeiras lembranças recai no programa dos
irmãos paranaenses nas manhãs de domingo no SBT. 10 da manhã. Não entrou no
roteiro da minissérie.
O preconceito com a então música sertaneja era gigante.
Considerada extremamente brega em meio à explosão do rock nacional com Titãs,
Cazuza, RPM e outros grupos. Tal aspecto foi apenas tocado com a postura do
proprietário da casa de shows Palace no último episódio.
“As Aventuras de José e Durval” trouxe uma curiosidade auspiciosa.
Os então meninos José e Durval já tinham contato, através da caravana de Geraldo
Meirelles, com a icônica Inezita Barroso. O embate entre a música caipira e a
moderna música sertaneja, defendida por Chitãozinho e Xororó, aparece como pano
de fundo da minissérie.
Hoje, a chamada “música sertaneja” é o ritmo mais ouvido em
todo o Brasil, especialmente nas vertentes “sertanejo universitário” e “feminejo”.
Uma mutação dentro do movimento iniciado por Chitãozinho e Xororó que abriu
portas para Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano. O verdadeiro gênero
caipira ficou relegado dentro da indústria cultural de massa. A mercantilização
da música supera, em muitos casos, a preocupação com a qualidade artística das
canções.
“As Aventuras de José e Durval” teve o mérito de destacar a
trajetória de Chitãozinho e Xororó que deixaram sua marca dentro da música
popular brasileira.
Fabio Maksymczuk
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