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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

FEA - Sindicato ajuda em enterro de artistas e técnicos de espetáculos


Olá, internautas

No último domingo (25/08), tive a oportunidade de acompanhar a Feira do Empreendorismo Artístico (FEA) realizada no Espaço JK, em São Paulo. O encontro reuniu artistas, diretores, jornalistas, técnicos, youtubers, entre outros profissionais da comunidade do teatro, cinema, televisão, circo, comédia, teatro musical e outras vertentes.

O presidente do SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo), Dorberto Carvalho, comandou uma das palestras mais interessantes. Ele ressaltou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da arte, cultura e entretenimento. Muitos deles não recolhem o INSS para a aposentadoria. Já na velhice, o Sindicato funciona como um elo para a obtenção do Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

Carvalho frisou que muitos parentes dos profissionais deste segmento sequer têm dinheiro para o pagamento do caixão e das custas do enterro. O SATED possui jazigos em dois cemitérios na cidade de São Paulo para auxiliá-los nesse momento. Chocante.

O ator, diretor, curador e produtor, André Acioli, que mediou a sessão, ressaltou que muitos veem o Sindicato como vilão por uma possível “intransigência”. Estranhei tal percepção. O Sindicato, como ressaltou Carvalho, deve defender o trabalhador e dar o mínimo de dignidade em meio ao processo de desregulamentação no mercado de trabalho.  

O presidente do SATED ainda falou sobre a disputa entre os dubladores de São Paulo e Rio de Janeiro. Muitos acusam as empresas de dublagem do Estado paulista de praticar “dumping” ao colocar seus profissionais como pessoas jurídicas, em especial como MEI (Microempreendedor Individual). Carvalho ainda revelou que profissionais com mais de 50 anos trabalham de graça para “enriquecer” o currículo. Triste.

Em outro momento, Acioli reforçou a necessidade dos profissionais do Teatro, em especial, sair desse universo que seria fechado com sua própria linguagem. Reforçar os laços com a imprensa é fundamental para destacar que a arte é um negócio com metas e resultados. Concordo.

Já o ator Emerson Espindola, que proferiu outra palestra interessante neste evento, foi muito feliz ao argumentar que todos os atores deveriam fazer algum curso de finanças. Aprender sobre aplicação financeira. “Quando tem job, tem dinheiro. E quando não tem?”, indagou. Ele disse que faz até mapa astral. “Todo ator deveria ter plano A, B, C, D, E...” enfatizou. Com a verba obtida em trabalhos paralelos, o profissional da arte poderia “investir em cursos de aperfeiçoamento, até em Nova York”, exemplificou.  

A Feira do Empreendorismo Artístico carece de uma melhor divulgação. Soube do evento, por acaso. O encontro poderia amplificar, ainda mais, as demandas do setor.

Fabio Maksymczuk

4 comentários:

  1. Fábio, boa noite. Nem imaginava que havia essas coisas. Até mesmo na classe artística, os que não são celebridades, devem sofrer bastante. E parece um mundo glamouroso. Abraços.

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  2. É o monopólio de determinadas emissoras onde seus artistas são convidados para tudo. Vejo reclamação de dublador substituído por atores ou atrizes sem o mínimo respeito.Na industrialização, tornar-se empreendedor em empresas de prestação de serviço em vez do liberal, sem vínculo com outros profisisonais organizados fica muito difícil. Por exemplo, não se ouve falar mais em advogado em seu escritório sozinho mas em associações como verdadeiras empresas mercantilistas.Talvez falte no artista a praticidade do homem de negócios pois são artistas. Quem sabe um Luan Santana ou um Sorocaba no meio para aglutinar esse pessoal?

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    1. É a pejotização.....Na Record, a situação da teledramaturgia é grave.....

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