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terça-feira, 30 de abril de 2024

TV Globo foge de riscos com "No Rancho Fundo"

 

Olá, internautas

Após o malsucedido remake de Elas por Elas, a TV Globo resolveu apostar em uma produção sem grandes riscos para reconquistar a audiência da faixa das seis. “No Rancho Fundo”, criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman, é a aposta do canal platinado.

A nova novela passa a impressão de ser uma continuação da bem-sucedida “Mar do Sertão”, do mesmo autor e do mesmo diretor artístico. Até mesmo, os repentistas Juzé e Lukete, que alcançaram sucesso no encerramento dos capítulos da finada obra, reapareceram com a mesma função. Além disso, personagens também retornaram à tela, como Deodora (Debora Bloch) e Sabá Bodó (Welder Rodrigues), que ainda habitam a memória recente do telespectador.

O clima da produção também é o mesmo. O cenário da trama remete ao sertão nordestino. Para não se arriscar com jovens promessas, atores mais experientes comandam a narrativa. Andrea Beltrão protagoniza a história como a destemida Zefa Leonel. Ao seu lado, aparece Alexandre Nero que vive um desafio em sua carreira ao viver o sertanejo Seu Tico Leonel. Personagem muito diferente de seus trabalhos na TV Globo. Há ainda Eduardo Moscovis que interpreta Quintino Ariosto.

Até mesmo, a escalação do galã prezou pela segurança máxima. José Loreto, em seu terceiro trabalho consecutivo, ressurge no vídeo como o galanteador Marcelo Gouveia. Os atores e atrizes, com menos experiência, rodeiam o quarteto.

Desta vez, o autor Mario Teixeira inicia a história como um novelo. Sem atropelos ou pressa para causar algum impacto inicial. Somente na terceira semana da novela, Zefa encontrou a almejada pedra turmalina paraíba. Isso é um acerto. As novelas anteriores do dramaturgo perderam fôlego do meio para o final.

“No Rancho Fundo” agrada o telespectador que acompanhou “Mar do Sertão”. Os índices de audiência já surtiram efeito. A nova novela das seis fica corriqueiramente na casa dos 20 pontos, meta da faixa horária. A missão já está sendo cumprida.

Fabio Maksymczuk

sábado, 27 de abril de 2024

Laura Cardoso ganha ótima homenagem em "Tributo"

 

Olá, internautas

A TV Globo abre espaço em sua programação para homenagear ícones da teledramaturgia brasileira na faixa que sucede o “Globo Repórter”. É o programa “Tributo” que reverencia profissionais que fazem parte da memória afetiva do telespectador.

Nesta sexta-feira (26/04), Laura Cardoso ganhou uma linda homenagem com uma edição primorosa. Mesclaram depoimentos da atriz aos 96 anos com antigas entrevistas e cenas de sua vasta trajetória artística na TV Globo. Percorreu as ruas da Bela Vista com um fusca azul e visitou a sua antiga escola.

Laura fez questão de ressaltar a sua passagem na Tupi, emissora que funcionava como polo de atores paulistas em contraposição à TV Globo que reúne, até hoje, elenco majoritariamente carioca. A atriz nasceu no bairro icônico do Bixiga, região central da cidade de São Paulo.

Na semana anterior, a série Tributo estreou com Lima Duarte, outro nonagenário que, aliás, estava presente na inauguração da televisão brasileira. O ator cruza com a história de Laura Cardoso. A edição de ontem até destacou o encontro de Lima e Laura com Fernanda Montenegro na novela O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco, autor que costuma valorizar os atores mais veteranos em suas produções.

Manoel Carlos, um dos principais dramaturgos televisivos, será o próximo homenageado. Imperdível. A TV Globo acarta com a proposta da atração e o dia e horário de exibição. É um programa agradável para o fim da noite das sextas-feiras.

Fabio Maksymczuk

quarta-feira, 24 de abril de 2024

"Dona Lurdes – O Filme" traz mudança repentina

 

Olá, internautas

Fui ao Shopping Eldorado no último fim de semana e assisti “Dona Lurdes – O Filme”. O longa dirigido por Cristiano Marques e José Luiz Villamarim é derivado da novela “Amor de Mãe” que teve as gravações interrompidas por conta da pandemia da Covid-19.

O Grupo Globo adotou uma estratégia estranha. O espectador só tinha acesso ao filme no Cinemark. Eu paguei 51 reais no ingresso, valor pouco acessível para a grande maioria dos brasileiros que acompanhou o folhetim na TV Globo. Além disso, a rede de cinemas não tem penetração em todo o Brasil.

O roteiro de Manuela Dias e Claudio Torres, destrinchado em uma hora e meia de duração, é marcado pelo desenvolvimento superficial da relação entre mãe e filhos, elemento marcante da novela. Os “herdeiros” mal aparecem no filme. Juliana Cazarré, que vive o primogênito Magno, praticamente surge como figurante de luxo. Ryan (Thiago Martins) é o filho com mais falas. Danilo/Domenico (Chay Suede) aparece com mais intensidade em um único momento.

A mãe abnegada ganha uma mudança repentina no filme. Agora, Lurdes busca um novo companheiro, incentivada por sua vizinha Zuleide, vivida por Arlete Salles que passa a impressão de reencarnar Copélia, de Toma Lá Dá Cá. Até mesmo, entra em um aplicativo de relacionamentos e aceita o encontro no meio do mato para fazer uma trilha. Ideia perigosíssima na selva de pedra. Em uma aula de dança, Lurdes encontra, por acaso, um novo companheiro interpretado por Evandro Mesquita. Paixão à primeira vista.

O filme é construído por cenas breves. Até mesmo, na reta final, Lurdes, do nada, abandona os compromissos com os filhos e parte para o seu romance em um cruzeiro. Narrativa mal trabalhada.

“Dona Lurdes – O Filme” foi basicamente pensado na exibição na TV. É um “telefilme” para relembrar Dona Lurdes, personagem icônica de Regina Casé. O carisma da personagem segura o interesse em acompanhar o longa.

Fabio Maksymczuk

domingo, 21 de abril de 2024

"Domingo Espetacular" se firma como opção ao Fantástico em 20 anos

 

Olá, internautas

No último domingo (14/04), a Record exibiu a edição comemorativa de 20 anos do “Domingo Espetacular”. A revista eletrônica é um dos últimos vestígios da estratégia “A caminho da liderança” que permanece na grade de programação da emissora da Barra Funda.

Em duas décadas, a atração, atualmente comandada por Carolina Ferraz e Sergio Aguiar, firmou-se como uma opção ao “Fantástico”. Atualmente, o programa cede espaço considerável ao universo das celebridades e suas polêmicas. As grandes reportagens de Roberto Cabrini continuam sendo o conteúdo mais interessante do “Domingo Espetacular”.

Na edição especial dos 20 anos, alguns momentos da fase áurea foram relembrados. Renata Alves, que protagonizava o interessante quadro “Achamos no Brasil”, retornou à cidade de Riachão do Dantas, interior de Sergipe, para relembrar o pitoresco caso do bode Bito que ganhou ampla repercussão. O querido animal até ganhou estátua.

Já o repórter Michael Keller resgatou o quadro “Gêmeos da Pesada” e reencontrou Marcio e Marcelo que pesavam cerca de meia tonelada juntos. Uma espécie de versão nacional do “Quilos Mortais”. Nesse período, os dois, após a cirurgia bariátrica, não retornaram ao quadro de obesidade mórbida.

Durante os festejos de duas décadas, a revista eletrônica lamentou a morte de um dos seus principais repórteres. Afonso Monaco desencarnou aos 78 anos. Foi um dos fundadores do “Domingo Espetacular”. Nossas condolências aos familiares e amigos.

O dominical da Record ganhou reconhecimento pelo jornalismo investigativo e entrevistas exclusivas. Antonio Guerreiro, vice-presidente da emissora, enfatizou que o “Domingo Espetacular” busca um jornalismo de verdade. E esse é o caminho.

Parabéns aos jornalistas que construíram as 1044 edições. Conquistou um público solidificado em 20 anos.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Caso escabroso em Petrolina marca retorno do "Linha Direta"

 

Olá, internautas

Na última quinta-feira (18/04), “Linha Direta” retornou à programação da TV Globo. A atração comandada por Pedro Bial abordou um caso escabroso que mostra as sérias fragilidades da segurança pública em nosso País.

Beatriz, uma menina de sete anos, foi assassinada durante a formatura de sua irmã em um colégio de alto padrão na cidade de Petrolina, interior de Pernambuco. A mãe da garota, Lucinha Mota, encarnou a imagem de uma mulher forte e determinada para caçar o assassino diante da incompetência da investigação. Até mesmo, formou-se em perita criminal e foi atrás do matador, até mesmo no Ceará, disfarçada de vendedora de produtos de beleza.

Lucinha também promoveu uma caminhada de 700 quilômetros, de Petrolina a Recife, para exigir que a polícia científica cadastrasse, em um banco de dados nacional, o DNA do criminoso que, anos depois, ainda não tinha sido realizado. O público que acompanhou o caso ficou estarrecido diante de tanta morosidade. Isso foi feito, após o caso chegar até o governador de Pernambuco. E só a partir daí, o criminoso foi encontrado. O assassinato ocorreu em 2015 para o desfecho do caso em 2022. Sete anos.

“Linha Direta” também enfatizou as falhas de segurança do estabelecimento educacional. O homicida adentrou o local com tranquilidade. O advogado da instituição, no final do programa, ao invés de mandar uma mensagem de solidariedade, resolveu defender que os familiares de Beatriz deveriam encaminhar uma mensagem de desculpas ao colégio. O telespectador, mais uma vez, ficou estarrecido.

Minha solidariedade à mãe guerreira Lucinha Mota que não desistiu de fazer justiça. “Linha Direta” é um programa necessário para focar as falhas graves da “insegurança pública” em nosso País. Retorno em grande estilo. Caso bem narrado.

Fabio Maksymczuk

quarta-feira, 17 de abril de 2024

"BBB24" termina com vitória do controverso Davi

 

Olá, internautas

Nesta terça-feira (16/04), a TV Globo exibiu a grande final do “BBB24”. Davi Brito consagrou-se o grande vencedor do reality show com 60,52% da votação popular. A vigésima quarta temporada entra para a galeria de boas edições. Superior aos BBB22 e BBB23. Não é histórica, como alguns defendem nas redes sociais. Mesmo assim, ganhou fôlego diante de um formato que está no ar há 24 anos.

Davi foi transformado em protagonista pela burrice de muitos confinados. O então motorista de aplicativo saiu com a pecha de vítima, diante de falas e comportamentos erráticos, principalmente de Rodriguinho, que entrou na galeria de piores participantes da história do “Big Brother Brasil”, Wanessa Camargo, MC Binn e Yasmin Brunet.  

O quarteto entregou, de mão beijada, a premiação de quase três milhões de reais ao soteropolitano que até foi chamado de “baiano comum”. Mesmo com dezenas de edições de realities de confinamento em duas décadas, os participantes insistem nos mesmos erros. Mc Bin Laden, ao lado de Lucas “Calabreso”, provocou o estopim para a eclosão de ataques e isolamento a Davi por uma fofoca mal contada.

Davi não aparece entre os maiores jogadores do BBB, como alguns tentam caracterizá-lo. O telespectador o acolheu até o fim do jogo, mesmo com suas falas e posturas problemáticas minimizadas pela edição.  

Até mesmo na noite da grande final, o reality omitiu suas falas sobre “filho homem” e ensiná-lo a ser macho. Discursos machista e homofóbico permearam sua participação. A chamada “militância”, até mesmo, passou o pano nas redes sociais, já que ele representaria o “menino preto, periférico e sem acesso à educação”. O mesmo não ocorreu com Hadballa e Lucas Gallina que saíram escorraçados do BBB20.   

De acordo com as falas do apresentador Tadeu Schmidt, no anúncio do vencedor, Davi seria um rapaz ainda em construção. Uma esperança. O roteiro de um menino preto e pobre que sonha em ser médico marcou o reality show. Tadeu até insistia em chamá-lo de “Doutor Davi”. Hoje (17/04), no “Mais Você”, Ana Maria Braga também potencializou que Davi é um moleque. “Verde”.  

Davi é um personagem complexo. Controverso. Nesta quarta, o novo milionário do Brasil inseriu versículos da Bíblia durante o bate-papo com Ana Maria Braga. E também durante o BBB24. Ele é um retrato do Brasil profundo com raízes cristãs e das Igrejas neopentecostais que se espalham nas periferias. E é esse público que a TV Globo tenta dialogar. Em alguns momentos, “BBB24” se transformou em quase um “Show da Fé” com rezas, orações, menções a Jesus, Nossa Senhora de Nazaré e Deus.  

Grande parte dos confinados apenas passou pela “casa mais vigiada do Brasil”. Elenco inchado com 26 participantes. Os chamados “puxadinhos” acrescentaram quase nada ao show. A inspiração em "A Grande Conquista" não funcionou. Permanência longa e esticada. O time do Camarote foi o pior desde a entrada em 2020. Porém, foram as “pessoas públicas” que engrenaram o jogo ao atacarem Davi.

“Big Brother Brasil” se transformou em uma máquina de produção de influenciadores digitais e de faturamento alto para a TV Globo. Por isso mesmo, muitos preferem ser “planta” e conquistarem dinheiro nas redes sociais. Imagem neutra. Os exemplos mais nítidos dessa tendência foram o vice-campeão Matteus Alegrete e a terceira colocada Isabelle Nogueira. Fugiram, ao máximo, de atritos.

Nanda Bande e Giovanna Pitel lideraram o polo de antagonistas chamado de Gnomos. Poderiam ter rendido muito mais no jogo. Mesmo assim, saíram com uma imagem nítida perante o telespectador. Igual ao que acontece com Davi, muitos “passam o pano” para Fernanda diante de suas falas problemáticas.  

Beatriz Reis, também chamada de Bia do Brás, foi uma personagem marcante do “BBB24”. Chegou até a reta final com sua personalidade excêntrica e carismática. O bordão “Brasil do Brasil” conseguiu entrar no desenvolvimento do reality. Porém, faltou inteligência emocional nos ataques de Davi e Fernanda, o que fragilizou sua participação no jogo.

A colega de quarto Fadas, Alane, também ficará nas lembranças do BBB24, principalmente por sua despedida dolorosa do confinamento. O autoflagelo gerou comoção no público. Entrou no BBB24 para ganhar visibilidade e entrar no universo das telenovelas. A conferir.

Como já analisado anteriormente, a expulsão de Wanessa Camargo também é um capítulo controverso da direção, que passou a impressão de não ter utilizado o mesmo parâmetro na briga tensa entre Davi e Mc Bin Laden. A bronca de Tadeu com os dois rapazes não teve o mesmo peso do “ultimato” a Leidy Elin que jogou as roupas do baiano na piscina. Ficou desbalanceado. 

Luis Miranda e Marcos Veras não funcionaram no “BBB24”. Os quadros “Big Treta” e “Vamo Invadir sua Casa!” passaram graça alguma. Por outro lado, Diogo Defante deitou e rolou no “Domingão com Huck”.

A saga do “BBB24” continuará nos próximos meses. Agora é acompanhar se, de fato, Davi estudará Medicina, os rumos de seu relacionamento amoroso com Mani, chamada de namorada e até esposa durante o confinamento, o romance de Isabelle e Matteus, além do desenrolar de Camila Moura e Lucas Buda. A segunda temporada já começou. Agora, sem a mão pesada da direção.  

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 16 de abril de 2024

"Falas da Terra" traz indagações pertinentes na TV Globo

 

Olá, internautas

A série “Falas” retomou o vigor neste ano. Na última segunda-feira (15/04), em virtude da Semana do Dia dos Povos Indígenas, a TV Globo exibiu “Falas da Terra”, sob comando de Zahy Tentehar.

O especial trouxe indagações interessantes sobre os chamados “povos originários”. A atração propôs uma mudança nos livros didáticos. Defendeu a troca da expressão “Descobrimento” por “Grande Invasão em 1500” quando portugueses desembarcaram em terras com 5 milhões de indígenas. O programa destacou que os Tupinambás são considerados os mais antigos no território que já foi chamado de “Pindorama”, agora denominado Brasil.   

Em outro momento, “Falas da Terra” defendeu que ocorre um genocídio de indígenas há mais de 500 anos. Em uma longa e contínua guerra que permanece invisível para a grande maioria dos brasileiros, mais atenta com conflitos em Israel ou Ucrânia.  

De acordo com a narrativa do especial, os indígenas seriam os guardiães da Natureza e poderiam ser responsáveis diretos pelo combate à mudança climática. Nesse momento, apareceu uma boa reflexão. “Colocar ordem no progresso”.

“Falas da Terra” cumpre a sua missão em dar o chamado “lugar de fala” aos indígenas na maior emissora do País.

Fabio Maksymczuk

sábado, 13 de abril de 2024

Remake equivocado de "Elas por Elas" fortalece impressão

 

Olá, internautas

Na última sexta-feira (12/04), o remake de “Elas por Elas” chegou ao último capítulo. A releitura escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson com direção artística de Amora Mautner entra na galeria de fracassos da teledramaturgia da TV Globo no pós-pandemia. 

Como já analisado neste espaço nos primeiros capítulos, a escalação de Lázaro Ramos para interpretar Mario Fofoca aparece como um dos maiores erros da produção. O ator transformou o personagem, que integra a história da teledramaturgia brasileira, em um “paspalho”. Faltou sutileza e ironia na interpretação. Frustrou o público que acompanhou o excelente trabalho de Luis Gustavo.

Deborah Secco é uma boa atriz com vasto currículo. Apesar disso, a intérprete de Lara enfrenta um acentuado desgaste de sua imagem diante da espetacularização da vida íntima. Comentário para reflexão. 

Diante de tal quadro, o remake acertou na parte final ao focar os conflitos no núcleo liderado por Marcos Caruso, que viveu Sergio, e Isabel Teixeira, intérprete de Helena. A experiência sempre faz a diferença. Os dois atores sustentaram a reta final com destaque, especialmente Caruso. A reação nos índices de audiência apareceu com a mudança de rota.  

LADO POSITIVO

Filipe Bragança aproveitou a oportunidade em “Elas por Elas” e aparece como ponto positivo da trama. Desde os primeiros capítulos, mostrou segurança e carisma ao viver o mocinho Giovanni.

Também foi interessante rever atores experientes em uma novela da TV Globo, como a elegante atriz Esther Goes, Viétia Zangrandi, Maria Ceiça e Jonas Bloch.

Dentro da diversidade, que se tornou uma preocupação da teledramaturgia da TV Globo, a atriz Maria Clara Spinelli desenvolveu um bom trabalho, desde os primeiros capítulos, na pele de Renée. Outro ponto positivo.


LADO NEGATIVO

O último capítulo resume a concepção equivocada do remake. Helena, que aprontou todas na novela, terminou livre, leve e solta no fim. A última cena com a passagem do tempo foi constrangedora. Enquanto Mario Fofoca passou a impressão de ter envelhecido trinta anos, as mulheres mal envelheceram. Cena totalmente desnecessária.

Caso a TV Globo exibisse a novela original, não teria sido surpresa se a novela de Cassiano Gabus Mendes repercutisse mais com índices mais satisfatórios na faixa das seis, mesmo sendo uma novela das sete. A direção de Amora Mautner e o projeto equivocado do remake pesaram no afastamento do público que acompanhava a boa novela “Amor Perfeito”.

Mais um sucesso dos anos 80 desvalorizado nas adaptações do século XXI. O remake só fortalece a impressão de que as “novelas de antigamente”, de fato, eram bem melhores.  

Fabio Maksymczuk

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Especiais reforçam frágil "Caldeirão com Mion"

 

Olá, internautas

“Caldeirão com Mion” é o programa mais fraco do entretenimento da TV Globo. Desde a sua estreia na emissora platinada, o apresentador basicamente recebe celebridades que ganham tempo de tela em “games” e disputas que raramente despertam grande interesse. O programa perdeu fôlego, desde a saída de Luciano Huck.

Por isso mesmo, Mion ganha um reforço para impulsionar o “Caldeirão”. Inspirado no sucesso dos especiais do “Altas Horas”, o programa vespertino agora recebe convidados que ganham amplo destaque no palco.  

No último sábado (06/04), o apresentador recebeu Caetano Veloso e Maria Bethania que comandaram uma edição especialíssima na TV Globo. Os irmãos deram um show no “Caldeirão”. Um oásis diante do atual panorama da música popular brasileira em programas de auditório.

Mesmo com o reforço e o impulsionamento nos índices de audiência, o telespectador percebe nitidamente a diferença entre Serginho Groisman e Marcos Mion no vídeo. O comandante do “Altas Horas” é marcado pela elegância e naturalidade na condução dos especiais. Já Mion fica caracterizado pela artificialidade em reverenciar efusivamente os convidados.  

Sem concorrentes na faixa horária, com o desânimo de Record, SBT e Band, “Caldeirão com Mion” navega praticamente sozinho na programação da TV brasileira. O programa precisaria reinventar-se. Os especiais fortalecem pontualmente o frágil Caldeirão.

Fabio Maksymczuk

domingo, 7 de abril de 2024

SBT acerta em estreia do "Sabadou com Virginia"

Olá, internautas

A noite de sábado é uma das faixas mais desgastadas da programação do SBT. A emissora explorou, à exaustão, o “Bake Off Brasil”. A atração deveria ter sido encerrada na quinta temporada, mas seguiu até a impressionante décima quinta com as variações de celebridades e crianças. É verdade que a pandemia da Covid-19 contribuiu para isso, mas o desgaste foi inevitável.

Diante de tal quadro, a emissora resolveu investir na influenciadora digital Virginia Fonseca. A apresentadora conquistou “Sabadou” que ganha a duração correta com cerca de uma hora e meia no ar.

No último sábado (05/04), a nova aposta sbtista foi ao ar. Virginia comportou-se de uma forma correta no vídeo. Bem dirigida por João Fonseca. Um dos poucos detalhes que pode ser facilmente corrigido é a troca da cadeira giratória por uma estática. Virginia balançava o assento de lá para cá, o que transmitia a sua ansiedade e nervosismo no vídeo.

No programa de estreia que contou com os familiares da apresentadora, Leonardo, Poliana e Zé Felipe, a mãe da loira, Margareth Serrão, surgiu como grande destaque. Passou irreverência à atração. Por outro lado, o assistente de palco, o também influenciador Lucas Guedez, ficou acima do tom. Em um momento, até correu atrás no cenário.

O formato do “Sabadou com Virginia” lembrou, de alguma forma, o programa Eliana. Além do bate-papo e musicais de Zé Felipe e Leonardo, a atração exibiu quadros que servem como recheio, como Biscoito ou Bolacha que funcionou ao trazer rapazes que desejam ser influenciadores digitais; Maga Margara com o clima descontraído de Margareth e o Se Beber, Não Fale que precisa ser melhor trabalhado nas próximas edições. Nesta estreia, os convidados preferiram calar a verdade, inclusive Guedez sobre o entrevero com Gkay. Revelações precisam ser ditas para gerar repercussão.

A programação de sábado deveria ser o dia de experiência e formação de comunicadores para a renovação do quadro de apresentadores. O SBT, há décadas, paralisou esse processo, o que resulta atualmente em um quadro anêmico. O investimento em Virginia Fonseca pode ser uma tentativa de reverter tal situação.

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 4 de abril de 2024

"Giro Econômico" e "Persona" formam boa dupla na TV Cultura

 

Olá, internautas

A programação de quarta-feira é uma oportunidade que as emissoras encontraram com a exibição de futebol na TV Globo. Há um público que foge das transmissões futebolísticas. Para exibir os jogos do Brasileirão ou Libertadores, o canal platinado adianta toda a grade, o que afeta negativamente os índices de audiência de todas as novelas.

Neste espaço, já comentamos sobre o ótimo “Legião Estrangeira”, sob comando de Alberto Gaspar. Prosseguindo na programação de quarta da TV Cultura, surgem dois interessantes programas. O primeiro deles é o “Giro Econômico”.

Apresentado por Maria Manso, a atração, em meia hora, desbrava um setor da economia brasileira. A jornalista recebe, no estúdio, um convidado que responde as suas indagações. É um bate-papo que foge do economês. As recentes edições destacaram o mercado do cacau e chocolate (que ganham repercussão com a novela “Renascer”), além da panificação e confeitaria.    

Em seguida, entra o horário alternativo do “Persona”, sob comando de Atilio Bari e Chris Maksud, que vai ao ar em edição inédita aos domingos, a partir das 21 horas. É uma atração que valoriza personalidades do meio artístico com entrevistas interessantes e depoimentos que interligam o bate-papo. Baby do Brasil é a mais recente entrevistada (dividida em duas partes). Revelou os “sinais espirituais” que recebe desde a adolescência quando viajou para Salvador ainda menor de idade. Falou também do Apocalipse. A atriz Denise Stoklos também fez revelações instigantes de sua carreira teatral na semana passada.

“Giro Econômico” e “Persona” formam uma boa dupla na programação da TV Cultura. Acrescentam informações e repertório ao telespectador.

Fabio Maksymczuk

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Homenagem a Raul Gil fica abaixo da expectativa no "Domingão com Huck"

 

Olá, internautas

No último domingo (31/03), “Domingão com Huck” homenageou Raul Gil em plenos domínios da TV Globo. No início dos anos 2000, o animador era uma verdadeira “pedra de sapato” do apresentador Luciano Huck em seus primeiros anos na emissora platinada.

Raul Gil vivia o seu melhor momento na Record. O veterano descobriu, em seu show de talentos, cantores e cantoras que caíram no gosto popular, como o “anjinho” Robinson Monteiro, Liriel, Rinaldo, Leilah Moreno, Jamily, entre outros. Huck perdia a tradicional liderança da TV Globo nas tardes dos sábados. Raul Gil atingia o primeiro lugar nos índices de audiência.

Huck reverteu a situação com o esgarçamento do seu concorrente e investimentos em quadros inspirados em formatos internacionais. Desde então, Raul Gil enfrenta uma queda acentuada de audiência com a falta de renovação de sua atração. Agora, encontra-se “escondido” na programação do SBT na faixa do meio-dia aos sábados.

Diante de seus 60 anos de carreira, Huck resolveu homenagear o seu antigo rival e um dos mais longevos comunicadores da TV brasileira. Apesar disso, o momento ficou abaixo da expectativa. Faltou emoção. Faltou calor humano.

Através de vídeos e interação virtual, Simony, Ratinho e Sidney Magal celebraram o animador no quadro “Cartas e Cartazes”, exibido nos anos 80 pelo SBT, e resgatado pelo “Domingão” na homenagem. Somente Paulo Miklos, do Titãs, fez questão de dar um abraço pessoalmente no “Seu Raul”. Ele participou, posteriormente, do júri no “Dança dos Famosos”.

Um VT com imagens de arquivo também surgiu para marcar as seis décadas de carreira. Roteiro burocrático. Depoimentos de familiares e encontros no palco não entraram no especial. Raul Gil saiu “sem banquinho” de forma solitária. A filha Nanci Gil aproveitou a oportunidade para revelar desavenças familiares, através das redes sociais, e enfatizou que não foi convidada para a homenagem.

O momento serviu, basicamente, para informar ao público que Raul Gil sairá da TV brasileira no final do ano. Esperamos que o SBT promova uma homenagem mais “quente” ao octogenário.

Fabio Maksymczuk