Olá, internautas
Neste início de 2025, TV Globo e Band escalaram minisséries
documentais na programação noturna. A emissora platinada criou um esquenta
especial para o início do “Big Brother Brasil 25” com “BBB: O Documentário”
dirigida e roteirizada por Bruno Della Latta.
A atração teve o desafio de pincelar os momentos mais
icônicos das 24 temporadas do reality show mais assistido pelos brasileiros.
Antes da estreia, a assessoria de comunicação da TV Globo tinha enviado um
comunicado que incluía Ariadna no segundo episódio A Seleção. Só que a
entrevista da primeira mulher trans a entrar na “casa mais vigiada do Brasil”
não foi levada ao ar. Uma celeuma se criou. O momento entrou no terceiro
episódio nomeado “Os Conflitos”. Ficou encaixado na edição. É bom lembrar que a
“Casa dos Artistas”, no SBT, já tinha escalado Bianca Soares na década
anterior.
Como sempre dito desde a fundação do blog, ainda nos tempos
de UOL, a falta da diversidade sempre foi uma tônica na programação da TV Globo
como um todo. A sociedade brasileira sempre foi diversa. O panorama modificou
com maior intensidade somente nos últimos cinco anos. Apesar disso, a ideia do
documentário tentou justificar o “BBB” como um espelho das transformações
sociais no Brasil ao longo dos anos.
Em nossa análise, “Big Brasil Brasil” se divide em três
fases: BBB1 ao BBB9, BBB10 ao BBB17 e BBB18 ao BBB24. A atração conseguiu se
renovar com a mudança de perfis no elenco (com o forte desgaste que marcou a
segunda fase) e a maior participação do diretor Rodrigo Dourado. O documentário
deixou de lado as sexta e décima nona temporadas, as piores da história.
A quarta edição teve uma atenção especial com a vitória de
Cida e da inesquecível Sol Vega que deixou um depoimento emocionante. Havia,
naquele momento, uma enorme pressão para a vitória de uma mulher, já que só
homens tinham vencido. Na realidade, Thiago Lira, mais conhecido por Thiago
“Dotadão”, deveria ter sido o vencedor.
O documentário resgatou essas memórias afetivas no público.
Remexeu também os próprios brothers e sisters que vivem, até hoje, com os
efeitos da superexposição. A escolha dos vencedores a serem destacados também
sinalizou a ótica da direção. Jean Wyllys, um dos maiores da história, ganhou o
merecido destaque. Tornou-se até deputado federal anos mais tarde. Outros
ficaram só em um flash, como Munik, do BBB16.
Já “PCC: Poder Secreto”, baseada no livro Irmãos: Uma
História do PCC, de Gabriel Feltran, e dirigida por Joel Zito Araújo, abordou o
surgimento e consolidação do “Primeiro Comando da Capital”. A boa coprodução da
Warner Bros, Discovery, Boutique Filmes e Max Original, exibida agora na Band, em
seu primeiro episódio, omitiu o nome do governo Mario Covas (PSDB) que
desdenhava da fundação e força da facção criminosa. Os seus secretários de
Segurança Pública também deveriam ter sido citados nominalmente. Os efeitos
perversos de seu mandato ecoam até hoje.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não foi poupado e teve
seu rosto estampado com entrevistas resgatadas no início dos anos 2000. A série
documental frisou que o próprio PCC com suas regras contribuiu decisivamente
para diminuir os índices de homicídios no Estado de São Paulo, fato que era
comemorado como do governo Alckmin (e ecoava nas campanhas eleitorais com as
sucessivas reeleições por quase 30 anos do PSDB).
Agora, “PCC: Poder Secreto” poderia ser atualizado com um
novo episódio que envolve o assassinato de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach em
pleno Aeroporto de Guarulhos e as suas acusações de corrupção contra policiais
de São Paulo.
“BBB: O Documentário” e “PCC: Poder Secreto”, mesmo com
propostas totalmente diferentes, funcionaram como boas opções ao telespectador
da TV aberta.
Fabio Maksymczuk
eu gostei muito do documentário do bbb. pincelou bem os fatos, participantes, e fez mea culpa de questões do passado. que bom que o bbb sempre evoluiu, que repensa suas atitudes. é por isso q gosto tanto do programa. sim, demorou muito para ser mais diverso em equilíbrio, mas já tem várias edições que é diverso em várias questões como idade, etnias, gênero. e nunca para no tempo. sempre cria novas dinâmicas, belíssima a arquitetura da casa que muda todo ano. é um programa incrível. claro, com um faturamento inacreditável, mas podia se acomodar, o que nunca fez. beijos, pedrita
ResponderExcluirGreat blog
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