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sábado, 6 de setembro de 2025

E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe? entra em horário errado no SBT

 

Olá, internautas

Nesta semana, o SBT exibiu a minissérie E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?. A trama com argumento de Cristianne Fridman, escrita por Alexandre Teixeira, com direção de João Batista e direção-geral de Rica Mantoanelli, entrou na complicada faixa das 17h45 às 18h30, após os últimos capítulos de A Caverna Encantada.

A novela assinada por Iris Abravanel terminou com uma mensagem sobre Deus. Os diálogos entre Paulo Salvatore (Elam Lima) e professor Gabriel (Miguel Coelho) lembraram as produções bíblicas exibidas na Record. Na realidade, o SBT deveria ter encerrado o folhetim em sua faixa original das 21 horas. Pulou de horário em plena reta final. Mais uma vez, o canal errou ao esticar demasiadamente a história com mais de 280 capítulos. Deveria ter, no máximo, 200.

É válido destacar que o horário das 21 horas também já era equivocado. “A Caverna Encantada” deveria ter sido exibida às 19 horas, independentemente se a faixa é nacional ou regional. Dentre os destaques positivos da produção, aparecem o ator Miguel Coelho que, na minha visão, se emocionou de verdade na cena final ao lado das crianças, Isabela Souza, que viveu a professora Pilar, a pequena Anna vivida pela atriz mirim Mel Summers e o ator Elam Lima que chamou a atenção em sua participação especial ao interpretar o pai da protagonista. O lado negativo fica por conta da atmosfera extremamente infantil com fantoches e assemelhados. Isso não dialoga com a criança do século XXI.

Como o telespectador da faixa das 17 horas não acompanhou a história liderada por Anna, A Caverna Encantada derrubava os índices herdados do Fofocalizando. Públicos diferentes. Dentro desse contexto, o canal estreou E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?. Audiência também diferente do universo infantil. O efeito cascata era sistematicamente negativo.

A minissérie apresentou o DNA de Cristianne Fridman. A autora, que fez sucesso em produções na Record, explorou, desta vez, a demência, através de Dona Maria, bem interpretada pela atriz Stella Miranda que sustentou a obra. Os efeitos da doença degenerativa ao seu redor apareceram em cinco capítulos. A história apresentou potencial para mais capítulos. Provavelmente, o planejamento contemplasse mais temporadas.

O elenco contou com nomes conhecidos do público. Ju Knust, Joaquim Lopes, Juliano Laham, Lidi Lisboa, além da própria Stella Miranda, estrelaram a produção. Além da demência, a minissérie também abordou a síndrome de Down, através de Lucinha e João. Valentina Borlenghi e João Vitor de Paiva que interpretaram os personagens aparecem como ponto positivo da obra. Carismáticos e competentes no vídeo. O desfecho do namoro ficou em aberto.

Juliano Laham também chamou a atenção. Ator carismático e seguro na tela. Vitor, o neto de Dona Maria e influenciador digital, vivido por João Pessanha, também surge como destaque.  Muito desenvolto na história. Além da demência e Down, o racismo também foi abordado, através da médica Fabiana (Lid Lisboa) que teve a sua profissão questionada por uma paciente. Acreditou que exercesse outra atividade profissional.

E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe? teria mais potencial em outro horário. Além disso, estampar na tela que pertence ao “Núcleo Iris Abravanel” é desnecessário.  A imagem da autora se desgastou em uma sucessão de novelas que não alcançou significativos índices de audiência. É necessário buscar novos autores.

O maior acerto de E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe? é desbravar o universo dos 70+ em um veículo de comunicação que conta, cada vez mais, com uma audiência mais envelhecida, além do acentuado envelhecimento da sociedade brasileira.

Fabio Maksymczuk

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