Olá, internautas
Nesta semana, o SBT exibiu a minissérie E Agora, Quem Vai
Ficar com a Mamãe?. A trama com argumento de Cristianne Fridman, escrita por
Alexandre Teixeira, com direção de João Batista e direção-geral de Rica
Mantoanelli, entrou na complicada faixa das 17h45 às 18h30, após os últimos
capítulos de A Caverna Encantada.
A novela assinada por Iris Abravanel terminou com uma
mensagem sobre Deus. Os diálogos entre Paulo Salvatore (Elam Lima) e professor
Gabriel (Miguel Coelho) lembraram as produções bíblicas exibidas na Record. Na
realidade, o SBT deveria ter encerrado o folhetim em sua faixa original das 21
horas. Pulou de horário em plena reta final. Mais uma vez, o canal errou ao
esticar demasiadamente a história com mais de 280 capítulos. Deveria ter, no
máximo, 200.
É válido destacar que o horário das 21 horas também já era
equivocado. “A Caverna Encantada” deveria ter sido exibida às 19 horas,
independentemente se a faixa é nacional ou regional. Dentre os destaques
positivos da produção, aparecem o ator Miguel Coelho que, na minha visão, se
emocionou de verdade na cena final ao lado das crianças, Isabela Souza, que
viveu a professora Pilar, a pequena Anna vivida pela atriz mirim Mel Summers e
o ator Elam Lima que chamou a atenção em sua participação especial ao
interpretar o pai da protagonista. O lado negativo fica por conta da atmosfera
extremamente infantil com fantoches e assemelhados. Isso não dialoga com a
criança do século XXI.
Como o telespectador da faixa das 17 horas não acompanhou a
história liderada por Anna, A Caverna Encantada derrubava os índices herdados
do Fofocalizando. Públicos diferentes. Dentro desse contexto, o canal estreou E
Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe?. Audiência também diferente do universo
infantil. O efeito cascata era sistematicamente negativo.
A minissérie apresentou o DNA de Cristianne Fridman. A
autora, que fez sucesso em produções na Record, explorou, desta vez, a
demência, através de Dona Maria, bem interpretada pela atriz Stella Miranda que
sustentou a obra. Os efeitos da doença degenerativa ao seu redor apareceram em
cinco capítulos. A história apresentou potencial para mais capítulos.
Provavelmente, o planejamento contemplasse mais temporadas.
O elenco contou com nomes conhecidos do público. Ju Knust,
Joaquim Lopes, Juliano Laham, Lidi Lisboa, além da própria Stella Miranda,
estrelaram a produção. Além da demência, a minissérie também abordou a síndrome
de Down, através de Lucinha e João. Valentina Borlenghi e João Vitor de Paiva que
interpretaram os personagens aparecem como ponto positivo da obra. Carismáticos
e competentes no vídeo. O desfecho do namoro ficou em aberto.
Juliano Laham também chamou a atenção. Ator carismático e
seguro na tela. Vitor, o neto de Dona Maria e influenciador digital, vivido por
João Pessanha, também surge como destaque.
Muito desenvolto na história. Além da demência e Down, o racismo também
foi abordado, através da médica Fabiana (Lid Lisboa) que teve a sua profissão questionada
por uma paciente. Acreditou que exercesse outra atividade profissional.
E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe? teria mais potencial em
outro horário. Além disso, estampar na tela que pertence ao “Núcleo Iris
Abravanel” é desnecessário. A imagem da
autora se desgastou em uma sucessão de novelas que não alcançou significativos
índices de audiência. É necessário buscar novos autores.
O maior acerto de E Agora, Quem Vai Ficar com a Mamãe? é
desbravar o universo dos 70+ em um veículo de comunicação que conta, cada vez
mais, com uma audiência mais envelhecida, além do acentuado envelhecimento da
sociedade brasileira.
Fabio Maksymczuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário