Olá, internautas
A crise das novelas das nove permanece com a estreia de Três
Graças na TV Globo. A nova produção assinada por Aguinaldo Silva com direção
artística de Luiz Henrique Rios encontra dificuldades para elevar ou até mesmo
manter os índices herdados do Jornal Nacional. Dona de Mim, até mesmo, já conseguiu
superar a audiência da nova aposta da emissora platinada.
Alguns pontos podem ser apontados para o fenômeno. A faixa
horária encontra-se desgastada com uma sucessão de tramas que não ecoou
positivamente junto ao telespectador.
Além disso, o clima soturno dominou os primeiros capítulos
de Três Graças. O filtro escuro da imagem potencializa tal percepção. A vilania
de Arminda (Grazi Massafera) e Santiago Ferette (Murilo Benicio) sobressai
demasiadamente na história. Também contribui para o ar negativo as histórias de gravidez na adolescência, uso de drogas pelo personagem Raul (Paulo Mendes),
uso de medicamentos falsos e mortes derivadas, além do tráfico de drogas
personificado por Bagdá (Xamã) na comunidade da Chacrinha.
O público, que vem de um dia extenuante de trabalho, não
encontra respiro na novela. Três Graças apresenta um texto denso, que lembra o
estilo de Cara e Coragem e Volta por Cima.
A trama é ambientada na cidade de São Paulo. Cenas gravadas
nas ruas da capital paulista aparecem na produção. Apesar disso, o sotaque de
alguns atores soa falso para os paulistanos, especialmente quando forçam o “r”
carregado. “Porrrrta..”. Isso, na realidade, é um problema histórico na
teledramaturgia da TV Globo.
Até aqui, Arlete Salles, que interpreta Josefa, é o grande
destaque do elenco. Já Grazi Massafera ainda precisará encontrar o melhor tom
para Arminda. Paulo Mendes, um dos destaques de sua geração, emenda uma novela
atrás da outra. Mal saiu do ar com Mania de Você e já reaparece na mesma faixa
horária. Belo é uma grata surpresa. Supera a expectativa ao viver Misael.
Três Graças terá um longo caminho pela frente para atingir a
almejada casa dos 30 pontos, como aconteceu com a antecessora Vale Tudo, adaptada por Manuela Dias. Missão difícil.
Fabio Maksymczuk

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