"O Sétimo Guardião" aprofunda crise das novelas das nove

Olá, internautas

Nesta sexta-feira (17/05), “O Sétimo Guardião” chegou ao fim. A novela de Aguinaldo Silva e seus colaboradores aprofundou a crise da mais tradicional faixa horária da TV Globo. A trama girou ao redor dos 30 pontos, sem nenhuma grande expectativa para o telespectador, mesmo com a série de assassinatos dos guardiães que fizeram nenhuma falta.  

Na década anterior, a faixa das novelas das sete enfrentou uma severa crise. Novelas insossas invadiram aquele horário. Nesta década, a emissora resolveu apostar em grandes fracassos às 21 horas. “O Sétimo Guardião” é apenas um entre outros da lista que inclui Babilônia, A Lei do Amor, Segundo Sol, A Regra do Jogo e Insensato Coração. Pouquíssimas obras, de fato, honraram a vaga.

“O Sétimo Guardião” sempre nomeou Serro Azul como a cidade que parou no tempo. Porém, o roteiro da novela parece que estacionou nos anos 90.  Mais parecia uma novela que deveria ter sido gravada em 1997, resgataram o folhetim do fundo de alguma gaveta e a produziram em plena segunda década do século XXI sem nenhum rejuvenescimento.

Para contornar a situação das inovações tecnológicas, justificaram que a cidade não possuía internet e demais tecnologias da atualidade. Aliás, a citação constante a Greenville (foi mais nomeada até mesmo que Serro Azul nos diálogos das personagens) reforça tal impressão. Quem tem menos de 25 anos, desconhece a “city”, já que não acompanhou “A Indomada”.

“O Sétimo Guardião” poderia ter obtido um melhor desempenho na faixa das seis, assumindo uma postura de novela infantojuvenil. Segue o nosso tradicional balanço com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Marina Ruy Barbosa (Luz): a atriz sustentou a novela, sozinha, do início ao fim. Marina apresentou uma postura profissional diante das intempéries dos bastidores. Trouxe carisma à personagem mais bem trabalhada da trama. E não carregou vestígios de seu trabalho anterior de “Deus Salve o Rei”. Marina sobressai no elenco das atrizes de 20 e poucos anos da TV Globo.

Nany People (Marcos Paulo): a atriz agarrou a oportunidade e brilhou em “O Sétimo Guardião”. Nany não se intimidou e mostrou que é uma artista que merece mais reconhecimento pelos diretores de teledramaturgia.

Marcos Caruso (Sóstenes): a experiência faz a diferença. Interpretou um dos personagens mais queridos e bem conduzidos da novela.

León: o gato preto foi o melhor ator da novela! Brincadeiras à parte, o bichano surgiu como algo exótico e marcante na trama. Poderia ter sido mais bem trabalhado, mas, mesmo assim, merece a menção nos pontos positivos.

PONTOS NEGATIVOS

Lilia Cabral (Valentina Marsalla): a atriz viveu um dos seus piores momentos na teledramaturgia. Não conseguiu domar a vilania da personagem na primeira parte da trama. Depois, a vilã se tonou mártir e boa mãe para tentar diminuir a sua rejeição. Complicado.

Tony Ramos (Olavo): o ator não deu liga com o núcleo de Aguinaldo Silva. Mais parecia um estranho no ninho. E o personagem também não ajudou. “Mala” ao invés de vilão. Um dos seus piores momentos em sua longa carreira.

Bastidores da novela: desde antes da estreia, “O Sétimo Guardião” já vinha envolta de polêmica. Os alunos de Aguinaldo Silva questionavam a autoria da história. Vai para o ar? Não vai? Terá multa diária? Esse problema até foi parar na Justiça. Depois, a “fofocaiada” tomou conta dos bastidores. Um determinado ator casado teria sido visto aos beijos com outra atriz no camarim. Uma esposa de outro ator teria visto tal momento e comentado com a esposa do fulano. Ela resolveu anunciar separação porque teria visto conversas no celular do seu esposo com uma outra atriz que não seria a mesma do beijo. A “delatora” queimou o marido que trabalhava na novela. Esse ator se afasta das gravações em meio ao vespeiro. Uma confusão que ganhou discussões intermináveis. Todo esse ambiente contaminou a novela que já vinha cambaleante.

Morte de Gabriel (Bruno Gagliasso): Aguinaldo Silva resolveu matar o mocinho da novela. Sem mais. Nem menos. Como assim? Seria essa uma “grande” revolução nas telenovelas brasileiras? Por favor...

Yanna Lavigne (Laura): a atriz, em grande parte da novela, apresentou uma postura artificial com sua personagem Laura. Mal escalada para o importante papel. Experiência no elenco se faz nas outras faixas horárias e não na principal da emissora....

Núcleo do Nicolau (Marcelo Serrado) e Afrodite (Carolina Dieckmann): pura encheção de linguiça para preencher espaço na novela. Núcleo sem liga alguma com o restante da obra.

Viviane Araújo (Neide): qual era a função da personagem que passou despercebida durante grande parte da novela? Ela não seria a mãe da Luz? Mudaram a história? Por que?

Calcinha do delegado Joubert (Milhem Cortaz): história boba que acrescentou em nada ao telespectador.

Du Moscovis (Murilo): ator muito mal aproveitado. Era melhor ter deixado o gato mesmo...

Fabio Maksymczuk