Olá, internautas
As Eleições 2024 chegaram ao fim neste domingo (27/10). A
disputa eleitoral que consagrou Ricardo Nunes (MDB) como prefeito reeleito de
São Paulo com 59,36% dos votos válidos viveu grandes turbulências no primeiro
turno. Pablo Marçal (PRTB) surgiu como o grande fenômeno eleitoral de 2024. A “cadeirada”
dada pelo apresentador da Band, José Luiz Datena (PSDB), no “ex-coach” marcou a
campanha eleitoral neste ano.
Com o enfraquecimento da influência da televisão, a
propaganda política também perde a sua grande relevância. Mesmo assim, ainda
possui força junto ao eleitorado. Nunes que tinha cerca de 65% do espaço televisivo
no primeiro turno acertou na campanha. Foi apresentado como o “cria da
periferia”. Da “quebrada” do Parque Santo Antonio. O primeiro prefeito de São Paulo
vindo da região periférica.
Com essa imagem construída, Nunes conquistou uma expressiva
votação em todos os bairros da periferia. Por outro lado, Boulos, em comparação
a 2020, avançou significativamente na região central da cidade onde Nunes é
pessimamente mal avaliado. Como o mdbista avançou na periferia, ocorreu um
contrabalanceamento nos votos. Resultado: os percentuais da votação de Boulos
permaneceram os mesmos de 2020, mesmo com o investimento 10 vezes maior nos
valores da última disputa contra Bruno Covas.
A propaganda televisiva de Boulos foi errática do início ao
fim. Ideia genérica do "Poupatempo da Saúde". Péssimos jingles. Não adianta “roubar” o símbolo malufista do coração e não dialogar com os seus
redutos, como Tatuapé e Vila Maria, regiões onde o deputado federal foi
massacrado nas urnas. Além disso, a campanha na TV tentou suavizar a imagem do candidato
do PSOL. Ficou insosso. A votação expressiva em Marçal já tinha sinalizado que
esse eleitorado queria alguém que personificasse uma novidade na política. Com
uma imagem forte.
Boulos insistiu na presença de Marta Suplicy como sua vice.
A petista foi uma prefeita que sequer obteve a sua reeleição e, em suas novas
investidas eleitorais, fracassou vertiginosamente nas urnas. Boulos deveria ter
sido construído como um “guerreiro do povo”. Lutador pelas causas dos excluídos
e dos mais pobres. Um novo símbolo da política. Nada disso. Preferiu atrelar ao
velho petismo simbolizado por Marta. De 20 anos atrás.
Na realidade, Boulos foi o candidato errado nesta campanha.
A oposição deveria ter trabalhado o nome de Tabata Amaral (PSB) que teria
obtido uma votação mais significativa. Parte da mídia engrandece a presença do
governador Tarcisio de Freitas na vitória de Nunes. Ledo engano. Nunes venceu, principalmente,
pela rejeição a Marçal e depois a Boulos. Personificou a imagem do centro. Ponderado. Com ou sem Tarcisio.
A TV, mesmo com o avanço de outras mídias, ainda tem a sua importância
na construção da imagem dos candidatos.
Fabio Maksymczuk