Olá, internautas
Desde a eclosão da pandemia da Covid-19, as telenovelas da
TV Globo perderam força. Há uma sucessão de produções que não envolveu o
público. Esse período ficou marcado pela entrada de José Luiz Villamarim como
diretor de teledramaturgia da Globo com Amauri Soares na função de diretor
geral da empresa.
Desde então, a faixa mais tradicional da TV brasileira
enfrenta reação negativa. “Pantanal”, “Terra e Paixão” e “Renascer”,
dentro do atual panorama, conseguiram bons índices de audiência. Dois remakes e
uma obra inédita ambientadas no meio rural.
Agora, mais um remake entra para tentar modificar o quadro. A
urbana “Vale Tudo”, obra originalmente escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo
Silva e Leonor Bassères, ganha uma nova versão escrita por Manuela Dias com
direção artística de Paulo Silvestrini. O momento ruim da teledramaturgia da TV
Globo já surgiu nos primeiros capítulos.
A falta de planejamento na escalação do elenco aparece como
uma das marcas iniciais. Renato Goes, que merece entrar em uma novela das nove,
protagonizou, no ano passado, “Família É Tudo”. Sua imagem ainda é muito
atrelada à novela das sete. O mesmo acontece com Matheus Nachtergaele que se
destacou em “Renascer” ainda no ano passado. Thiago Martins é outro egresso de “Família
É Tudo”.
Além disso, a falta da construção de carreira e, como
consequência, a solidificação para sustentar os papéis principais de uma
telenovela é outra característica do atual momento da emissora. Bella Campos,
que não apareceu como grande destaque em "Pantanal" e, muito menos,
em “Vai na Fé”, foi alçada à antagonista de “Vale Tudo”. Por curiosidade,
entrei em seu perfil no Instagram e notei o expressivo número de 9,6 milhões de
seguidores.
Nestes primeiros capítulos, a atriz passou a imagem de ter
se inspirado em Teresa (Angelique Boyer) para viver Maria de Fátima. Paolla
Oliveira também é outro nome discutível no elenco. A atriz já emite sinais que
dará um tom muito diferente a Heleninha, personagem marcante da carreira da
grande atriz Renata Sorrah.
Dentre os destaques positivos, até aqui, aparecem Humberto
Carrão como Afonso Roitman e Alice Wegmann na pele de Solange Duprat. Bem
escalados. Alexandre Nero, outro ator egresso de um trabalho recente, deverá
superar o enorme desafio ao viver Marco Aurelio. Começou bem.
Os primeiros capítulos de “Vale Tudo” não conseguiram elevar
os índices de audiência da emissora. Há um “ranço” de parcela do público que se
refugiou na excelente “Força de Mulher” exibida na Record. Esse telespectador, dificilmente,
abandonará a saga de Bahar para acompanhar a história reeditada de Raquel (Tais
Araújo) e Maria de Fátima.
Em uma perspectiva otimista, o panorama poderá se modificar com a entrada de Odete Roitman, interpretada por Debora Bloch (outra atriz que mal saiu do vídeo), e com o término da novela turca em julho e erro de estratégia da Record na sucessão da trama.
Os
primeiros capítulos de “Vale Tudo” não chamaram a atenção para reverter a tendência negativa.
Fabio Maksymczuk