Olá, internautas
Nesta sexta-feira (31/03), “A Lei do Amor” chegou ao fim. A
novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari apresentou seríssimos problemas
na construção do enredo. A trama conseguiu a proeza de ser uma das piores já
produzidas pela emissora na faixa das nove. A disputa é árdua com “Babilônia” e
“A Regra do Jogo”. “A Lei do Amor” trouxe absolutamente nada ao telespectador.
Segue o nosso tradicional balanço com os pontos positivos e
negativos.
PONTOS POSITIVOS
Vera Holtz: A atriz segurou “A Lei do Amor” com a megera Magnólia.
Foi a personagem mais bem construída da novela inteira. Na vida real, eu
conheci uma Magnólia de verdade. A aparência e a postura da atriz são as
mesmíssimas da megera que tive o desprazer de conviver. O cabelo aloirado. Os
trejeitos... Tudo isso foi rememorado. Essa senhora já morreu. Parece que até
serviu de inspiração para a atriz. A arte imita a vida?
Cláudia Abreu: mais um ótimo trabalho da atriz. Conseguiu
protagonizar, com competência, a novela como a lutadora Helô. O público ficou
ao lado da personagem com a traição de Pedro (Reynaldo Gianecchini).
Regina Braga: a atriz também deu consistência ao elenco com
a interpretação de Dona Silvia, deficiente visual e mãe de Ciro. Ótimo
trabalho.
Heloisa Jorge: a atriz interpretou Laura, um antigo affair
de Pedro. Os autores acertaram ao apostar em uma angolana para a personagem. Brasil
e Angola precisam estreitar as relações. São países irmãos.
PONTOS NEGATIVOS
Construção da novela: Maria Adelaide Amaral e Vincent
Villari já tinham errado em “Sangue Bom” com o número excessivo de personagens.
Já tínhamos alertado neste espaço sobre tal característica. E o mesmo ocorreu
em “A Lei do Amor”. Um bando de personagens que acrescentou em nada à história.
Diversos núcleos paralelos poderiam ter sido perfeitamente sequer imaginados.
Por isso mesmo, durante o desenrolar da trama, alguns personagens tiveram que
morrer (o público nem sentiu falta) ou serem afastados da obra (o que ficou estranhíssimo).
Já outros mudaram de perfil. Entraram
com ares malévolos para serem transmutados como bonzinhos. Mais estranho.
Primeira fase: até agora quero entender qual foi o objetivo
da primeira fase. Jamais vi isso em alguma novela. Uma fase inicial com pouquíssima
relação à segunda. O personagem de Tarcísio Meira morreu. A personagem de Gabriela/Regina
Duarte também morreu. Até o Elio (João Campos) faleceu. A cena da traição foi
logo resolvida nos primeiros capítulos da segunda fase. E depois reapareceu na
parte final da trama, o que trouxe alguma lembrança. Mesmo assim, totalmente
desnecessária.
Visual do Gianecchini: qual é o objetivo de enfeiar o seu
principal galã? Visual totalmente sujo no vídeo. Reynaldo Gianecchini não é
mais o rapaz de “Laços de Família”. O tempo passa para todos nós. Porém, a
decisão de adotar o visual de um verdadeiro hebreu dos tempos do faraó Ramsés
de “Os Dez Mandamentos” só pode ser uma influência das novelas bíblicas da
Record....
Desenrolar da história de Tiago (Humberto Carrão) e Isabela
(Alice Wegmann): Humberto Carrão e Alice Wegmann cumpriram a missão de liderar
a história paralela com mais perspectiva ao telespectador. Porém, os autores
erraram no desenvolvimento dos personagens. Marina é Isabela? Em alguns
capítulos, o mistério ficou maçante. Porém, o desfecho foi inacreditável. Os
autores não conseguiram dar um desfecho ao Tiago e Isabela. Isabela soube da verdadeira história? Do
verdadeiro mandante de seu assassinato? E como Isabela se salvou? Quem a ajudou
no mar? Quem a socorreu?
Isabella Santoni: a jovem atriz potencializou a chatice de
Letícia. Não conseguiu domar a personagem. Tanto é que chegou ao fim com o
coadjuvante Antonio (Pierre Baitelli).
Tião (José Mayer): o personagem tinha nada a ver com o apresentado
na primeira fase. Isso já foi um problema
logo na entrada da segunda fase. Tião, sobretudo, foi um vilão chato. Um
tremendo mala, acima de tudo. E o texto do personagem foi grosseiro e rasteiro.
Ele sempre falava que Magnólia era “vadia”, “cachorra” e “quenga”. Desce a
ladeira. Completamente desnecessário. Alguns autores, infelizmente, baseiam o
enredo nos vilões. Na minha ótica, isso é um erro monumental.
Núcleo político: a antecessora “Velho Chico” já tinha
apresentado um enredo absolutamente político. E com um ótimo texto. “A Regra do
Jogo” também tinha apostado em política. As mazelas da política nacional enchem
a casa do telespectador diariamente através dos telejornais. Portanto, o
assunto está desgastadíssimo. E lá vem “A Lei do Amor” com um núcleo político.
Como a novela foi totalmente mal costurada, o telespectador não embarcou na
história liderada pelo senador César Venturini (Otávio Augusto). Isso já era absolutamente
previsível.
Mileide Rocha (Heloisa Périssé): núcleo totalmente
desconectado com o restante da novela. A fundadora da Igreja Sincrética mais parecia
uma estranha no ninho. Ligou nada ao nada. Totalmente dispensável. E esse núcleo paralelo
ficou até o fim da novela!
Fabio Maksymczuk
Das últimas quatro novelas exibidas no horário das 9 três delas tiveram os piores índices: Babilônia (a pior de todas), A Regra do Jogo e agora A Lei do Amor. Velho Chico sõ não foi pior ainda por conta de toda a comoção pela morte prematura e trágica do Domingos Montagner. Vamos ver se a Glória Perez não faz feio com A Força do querer
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