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domingo, 2 de abril de 2017

Péssima novela marca A Lei do Amor



Olá, internautas

Nesta sexta-feira (31/03), “A Lei do Amor” chegou ao fim. A novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari apresentou seríssimos problemas na construção do enredo. A trama conseguiu a proeza de ser uma das piores já produzidas pela emissora na faixa das nove. A disputa é árdua com “Babilônia” e “A Regra do Jogo”. “A Lei do Amor” trouxe absolutamente nada ao telespectador.

Segue o nosso tradicional balanço com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Vera Holtz: A atriz segurou “A Lei do Amor” com a megera Magnólia. Foi a personagem mais bem construída da novela inteira. Na vida real, eu conheci uma Magnólia de verdade. A aparência e a postura da atriz são as mesmíssimas da megera que tive o desprazer de conviver. O cabelo aloirado. Os trejeitos... Tudo isso foi rememorado. Essa senhora já morreu. Parece que até serviu de inspiração para a atriz. A arte imita a vida?

Cláudia Abreu: mais um ótimo trabalho da atriz. Conseguiu protagonizar, com competência, a novela como a lutadora Helô. O público ficou ao lado da personagem com a traição de Pedro (Reynaldo Gianecchini).

Regina Braga: a atriz também deu consistência ao elenco com a interpretação de Dona Silvia, deficiente visual e mãe de Ciro. Ótimo trabalho.

Heloisa Jorge: a atriz interpretou Laura, um antigo affair de Pedro. Os autores acertaram ao apostar em uma angolana para a personagem. Brasil e Angola precisam estreitar as relações. São países irmãos.



PONTOS NEGATIVOS

Construção da novela: Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari já tinham errado em “Sangue Bom” com o número excessivo de personagens. Já tínhamos alertado neste espaço sobre tal característica. E o mesmo ocorreu em “A Lei do Amor”. Um bando de personagens que acrescentou em nada à história. Diversos núcleos paralelos poderiam ter sido perfeitamente sequer imaginados. Por isso mesmo, durante o desenrolar da trama, alguns personagens tiveram que morrer (o público nem sentiu falta) ou serem afastados da obra (o que ficou estranhíssimo).  Já outros mudaram de perfil. Entraram com ares malévolos para serem transmutados como bonzinhos. Mais estranho.

Primeira fase: até agora quero entender qual foi o objetivo da primeira fase. Jamais vi isso em alguma novela. Uma fase inicial com pouquíssima relação à segunda. O personagem de Tarcísio Meira morreu. A personagem de Gabriela/Regina Duarte também morreu. Até o Elio (João Campos) faleceu. A cena da traição foi logo resolvida nos primeiros capítulos da segunda fase. E depois reapareceu na parte final da trama, o que trouxe alguma lembrança. Mesmo assim, totalmente desnecessária.

Visual do Gianecchini: qual é o objetivo de enfeiar o seu principal galã? Visual totalmente sujo no vídeo. Reynaldo Gianecchini não é mais o rapaz de “Laços de Família”. O tempo passa para todos nós. Porém, a decisão de adotar o visual de um verdadeiro hebreu dos tempos do faraó Ramsés de “Os Dez Mandamentos” só pode ser uma influência das novelas bíblicas da Record....

Desenrolar da história de Tiago (Humberto Carrão) e Isabela (Alice Wegmann): Humberto Carrão e Alice Wegmann cumpriram a missão de liderar a história paralela com mais perspectiva ao telespectador. Porém, os autores erraram no desenvolvimento dos personagens. Marina é Isabela? Em alguns capítulos, o mistério ficou maçante. Porém, o desfecho foi inacreditável. Os autores não conseguiram dar um desfecho ao Tiago e Isabela.  Isabela soube da verdadeira história? Do verdadeiro mandante de seu assassinato? E como Isabela se salvou? Quem a ajudou no mar? Quem a socorreu?

Isabella Santoni: a jovem atriz potencializou a chatice de Letícia. Não conseguiu domar a personagem. Tanto é que chegou ao fim com o coadjuvante Antonio (Pierre Baitelli).
Tião (José Mayer): o personagem tinha nada a ver com o apresentado na primeira fase.  Isso já foi um problema logo na entrada da segunda fase. Tião, sobretudo, foi um vilão chato. Um tremendo mala, acima de tudo. E o texto do personagem foi grosseiro e rasteiro. Ele sempre falava que Magnólia era “vadia”, “cachorra” e “quenga”. Desce a ladeira. Completamente desnecessário. Alguns autores, infelizmente, baseiam o enredo nos vilões. Na minha ótica, isso é um erro monumental.  

Núcleo político: a antecessora “Velho Chico” já tinha apresentado um enredo absolutamente político. E com um ótimo texto. “A Regra do Jogo” também tinha apostado em política. As mazelas da política nacional enchem a casa do telespectador diariamente através dos telejornais. Portanto, o assunto está desgastadíssimo. E lá vem “A Lei do Amor” com um núcleo político. Como a novela foi totalmente mal costurada, o telespectador não embarcou na história liderada pelo senador César Venturini (Otávio Augusto). Isso já era absolutamente previsível.

Mileide Rocha (Heloisa Périssé): núcleo totalmente desconectado com o restante da novela. A fundadora da Igreja Sincrética mais parecia uma estranha no ninho. Ligou nada ao nada.  Totalmente dispensável. E esse núcleo paralelo ficou até o fim da novela!


Fabio Maksymczuk

Um comentário:

  1. Das últimas quatro novelas exibidas no horário das 9 três delas tiveram os piores índices: Babilônia (a pior de todas), A Regra do Jogo e agora A Lei do Amor. Velho Chico sõ não foi pior ainda por conta de toda a comoção pela morte prematura e trágica do Domingos Montagner. Vamos ver se a Glória Perez não faz feio com A Força do querer

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