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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Pedro Novaes supera expectativa em "Garota do Momento"

 

Olá, internautas

Após a bem-sucedida “No Rancho Fundo”, a TV Globo aposta suas fichas em “Garota do Momento”. A nova novela das seis, assinada por Alessandra Poggi com direção geral de Jeferson De e direção artística de Natália Grimberg, traz Duda Santos como protagonista no papel de Beatriz que, nestes primeiros capítulos, reencontrou a sua mãe desmemoriada Clarice, vivida por Carol Castro.

O folhetim clássico cedeu espaço, nos recentes capítulos, à pauta identitária sobre a figura da mulher negra na publicidade e o racismo. A jovem tornar-se-á garota-propaganda de uma das maiores fábricas de sabonete do País.

Como já ressaltado neste espaço, a TV Globo precisa ficar atenta sobre a reação do público diante de tais pautas que aparecem em toda a sua programação, diante das novas diretrizes do Grupo. A chamada “guerra cultural” contaminou o jogo político e a consequente polarização que marca o nosso País. Na nova novela, há ainda a questão da homossexualidade retratada pelo personagem Guto (Pedro Goifman).

Até aqui, Pedro Novaes, que vive Beto, é o maior destaque do elenco jovem. Superou as expectativas iniciais com uma postura segura no vídeo. Novaes reforça a imagem de contestador do mocinho na sociedade dos anos 50, período ambientado pela trama, sem a persona de “militante chato”.

Novaes e Duda aparecem cercados de medalhões da teledramaturgia nacional. O elenco maduro fortalece o elo com o público de telenovela (o que não acontece em “Mania de Você”). Após o fiasco de “Fuzuê, Lilia Cabral ganha a vilã Maristela. A atriz aparece com vitalidade na tela. Fabio Assunção interpreta Juliano, o filho da megera. Há ainda Danton Mello que vive o publicitário Raimundo, Leticia Colin na pele da salafrária Zélia e Paloma Duarte que encarna Ligia, a mãe do mocinho.

Maisa, egressa das novelas do SBT, conquista bom desempenho, até aqui, em “Garota do Momento”. Interpreta a mimada e dondoca Bia, filha biológica de Juliano e criada por Clarice, após uma artimanha de Maristela. Klara Castanho também sobressaiu nos primeiros capítulos. A jovem atriz dá vida à insegura Eugênia, que vive com cicatrizes pelo corpo, após um incêndio em sua residência quando criança.

“Garota do Momento” é uma novela clara. Sem filtros mirabolantes. E isso é ótimo para o telespectador. A nova novela das seis começou bem.

Fabio Maksymczuk

terça-feira, 26 de novembro de 2024

"Fora de Cena" chama atenção no Arte1

 

Olá, internautas

O Grupo Bandeirantes, além da própria TV Bandeirantes, contempla uma série de canais. Canal 21, TerraViva, Arte1, AgroMais, BandNews TV, BandSports, Sex Privê e Sabor & Arte compõem o conglomerado. De uns tempos para cá, conteúdos produzidos pelo Grupo entram na programação da TV aberta na Band.

Na última madrugada de domingo (24/11) para segunda-feira (25/11), estava zapeando e parei no Arte1. A emissora iniciava a veiculação do filme “Fora de Cena”, do diretor João Gabriel Kowalski.

O longa destaca Marcelo (Marcelo Menezes), ator frustrado com os caminhos da sua carreira. Para conseguir pagar as contas da casa que mora com sua mãe, portadora de Alzheimer, ele pratica pequenos golpes com seu melhor amigo Guto (Douglas Silva). Quando finalmente consegue um papel no filme da renomada diretora Tereza (Naruna Costa), Marcelo começa a repensar a vida.

Logo no início, “Fora de Cena” mostra os bastidores da seleção dos atores para um projeto audiovisual. Produtores de elenco questionavam o número de seguidores nas redes sociais. “250”, respondeu um. “250 k? (250 mil)”, retrucou a produtora. “Não. 250”, replicou. Um influenciador digital, com interpretação canastrona, foi apontado como favorito na seleção por um dos responsáveis pelo processo seletivo. Apesar disso, Tereza escolheu Marcelo por sua interpretação tocante.

“Fora de Cena” tem apenas 79 minutos de arte. O roteiro poderia ter sido espichado um pouco mais com o melhor desfecho da trama. Ficou aberto. As alucinações de Marcelo confundiram o próprio final. Marcelo Menezes se destacou como protagonista do longa. Ótimo do início ao fim. Douglas Silva e Naruna Costa também merecem menção.

Fica a dica. É um bom filme. 

Fabio Maksymczuk

domingo, 24 de novembro de 2024

Desgaste do gênero afeta "The Taste Brasil"

 

Olá, internautas

A TV Globo, sem grande divulgação, acolheu um programa do GNT nas noites das sextas-feiras em sua programação, após o “Globo Repórter”. É o “The Taste Brasil” que integra o rol de competições gastronômicas que aparecem em diferentes emissoras.

Para criar um diferencial diante dos “concorrentes”, o talent show reúne quatro mentores. Claude Troisgros, Felipe Bronze, Manu Buffara e Manu Ferraz lutam pela vitória dos mentorados que disputam o prêmio de 100 mil reais. A cada episódio, um chef de cozinha e um nome do entretenimento são os convidados. Na edição mais recente exibida pela TV Globo, Milton Cunha e a chef Tainá Marajoara avaliaram os pratos inspirados na culinária amazônica.

Diferente dos correlatos, os competidores devem colocar a comida não em um prato, mas apenas em uma colher. Convidados e mentores avaliam o preparo apenas com uma colherada. Ideia inusitada e controversa.

A edição de uma hora é picotada. Mostra os desafios em ritmo acelerado. Diferente do “MasterChef”, por exemplo, que conta com duas horas no ar.

O programa é comandado pelos mentores. Há um predomínio de Felipe Bronze como o líder do quarteto. Para o telespectador da TV aberta, Bronze remete diretamente ao “Top Chef Brasil”, exibido na Record (até na mesmíssima faixa horária). Já Troisgros relembra o “Mestre do Sabor”. Na TV Globo, portanto, “The Taste Brasil” traz a lembrança de dois programas que passaram sem grande repercussão entre os telespectadores. É uma mistura das duas atrações agora na emissora platinada.

É provável que a TV Globo tenha investido na ideia diante dos bons índices conquistados por Rita Lobo com o “Prato Feito Brasil”. Porém, a atração tinha ares de programa jornalístico e não de reality.

“The Taste Brasil” dificilmente registra dois dígitos na média. O formato já se encontra saturado na TV aberta.

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

"Falas Negras" marca Dia da Consciência Negra na TV

 

Olá, internautas

Nesta quarta-feira (20/11), pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra transformou-se em feriado nacional. A TV Globo, que abraçou a causa em sua programação, marcou a data com mais uma edição do “Falas Negras”.

Desta vez, o especial contou com um experimento social. Criou-se um julgamento ficcional para demonstrar o racismo estrutural. Com provas frágeis e um depoimento contraditório da mãe de seu filho assassinado, o júri, por 6 a 5, condenou Wesley Cosme da Silva (Diego Francisco), morador de uma favela.

O programa atingiu o objetivo de trazer a consciência dentro do espírito da data. O ator Diego Francisco se destacou ao viver as agruras de um jovem inocente.  

Por outro lado, a pauta identitária serve como impulso para a chamada “extrema-direita” no universo político e é apontada como razão para o enfraquecimento do denominado “campo progressista” ou “esquerda” tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A TV Globo, que simboliza a guerra cultural dentro de tal contexto, enfrenta esse desafio.

Na teledramaturgia como um todo, a maior preocupação com a representatividade no elenco das telenovelas na TV Globo apresenta acertos (“Vai na Fé” e “Renascer” surgem como melhores exemplos) e erros (escalação de atores e atrizes como protagonistas sem construção de um plano de carreira).

“Falas Negras” é um programa necessário. Neste ano, a série "Falas" cumpriu a sua missão com bons episódios. 

Fabio Maksymczuk

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

RedeTV! celebra 25 anos com bom especial

 

Olá, internautas

Na última sexta-feira (15/11), a RedeTV! celebrou 25 anos no ar. Para festejar o marco, o canal da exclamação exibiu um especial com três horas de duração. Bem editado, a longa duração passou despercebida.

O documentário reuniu os momentos mais marcantes da trajetória da emissora. João Kleber, o primeiro contratado, abriu a atração. Relembrou o programa Te Vi na TV, o primeiro sucesso da RedeTV!. JK entrou com a imagem de humorista que marcava a sua carreira. Em 25 anos, isso foi deixado de lado. Para reflexão.

Depois, Luciana Gimenez relembrou sua estreia no “SuperPop”. Adriane Galisteu, a primeira apresentadora do programa, também concedeu entrevista exclusiva e relembrou os tempos da TV Ômega, embrião da RedeTV!. Durante o especial, Gimenez, que é a principal estrela do canal, deveria ter aparecido mais nos depoimentos. Em contrapartida, Daniela Albuquerque ganhou mais espaço nas três horas do documentário.

Os apresentadores do atual TV Fama, Flavia Noronha, Leão Lobo e Fefito, também comentavam sobre os programas do canal que apareciam na edição. Nelson Rubens destacou os “Bastidores do Carnaval” que se transformaram em um dos símbolos dos 25 anos da RedeTV!. Para valorizar a cobertura, Flavia argumentou que assistir aos desfiles das escolas de samba é “chato”. Na realidade, é uma das maiores marcas da cultura popular brasileira no mundo.

Geraldo Luis, o recente contratado da emissora, ganhou bom espaço no especial. Frisou que, desde sempre, tem o DNA redetvista e relembrou sua estreia na RedeTV! nos anos 2000 como repórter no “Repórter Cidadão”.  

Monique Evans e Otavio Mesquita, ex-apresentadores do canal, deram os seus depoimentos. Relembraram o Gala Gay (que hoje entraria no “politicamente incorreto”). Monique falou sobre o marcante Noite Afora. Já Otavio relembrou o Perfil.  

Os vespertinos entraram na edição com Sonia Abrão no “A Casa É Sua” e “A Tarde É Sua”, além de relembrarem o inesquecível Clodovil Hernandes que alavancava a programação do canal. Valeria Monteiro e Leonor Corrêa apenas foram citadas.

“Pânico na TV”, o principal programa dos 25 anos da RedeTV!, conquistou destaque na reta final do documentário. O humorista Viny Vieira comentou os momentos marcantes do humorístico. Já o “Encrenca” foi apenas citado com pouquíssimos segundos.

Dentre os formatos internacionais adquiridos, Saturday Night Live, com Rafinha Bastos, teve até mais espaço que a turma de Tatola e companhia. Também resgataram The Bachelor com Fabio Arruda e Donas de Casa Desesperadas, um dos poucos investimentos da RedeTV! em uma produção de teledramaturgia com atores brasileiros.  

A novela colombiana “Betty, a Feia”, um dos principais marcos da RedeTV!,foi apenas pincelada. Deveria ter conquistado mais espaço na edição. Os programas infantis não ganharam um bloco específico. Andrea Sorvetão com o “Galera na TV” passou em imagens. “Vila Maluca” e “TV Kids” nem apareceram.

Fabiana Saba concedeu uma entrevista exclusiva que rememorou sua fase no Interligado Games e SuperPop. O especial resgatou uma entrevista de Fernanda Lima sobre sua estreia na RedeTV! quando apresentava o Interligado. Ela é uma das fundadoras do canal. Mario Frias passou na edição com imagens de seus programas A Melhor Viagem e O Último Passageiro.

O bloco dos Esportes entrou no especial com um depoimento exclusivo de Jorge Kajuru que ganhou destaque, nos primeiros anos da emissora, no “Bola na Rede”, ao lado de Juca Kfouri, e posteriormente em programa solo. O narrador Marcelo do Ó frisou que a RedeTV! sempre busca inovar em sua programação esportiva, como o espaço dado ao futebol americano (que não repercute, aliás, nos índices de audiência) e UFC. De um modo resumido, esses foram os principais pontos do especial.

Com a perda de força da televisão no Brasil e a popularização de outras mídias, a RedeTV! é a emissora mais atingida com o fenômeno. Foi a primeira rede nacional que iniciou uma perda gradativa de telespectadores. Atrações mal atingem 1 ponto de média. Sem anunciantes, alugam faixas extensas para igrejas evangélicas que travam a grade de programação. E o círculo vicioso se impõe.

Em uma perspectiva histórica, o presidente Fernando Henrique Cardoso deveria ter auxiliado a família Bloch e ter mantido a TV Manchete no ar. Agora, é acompanhar como a RedeTV! enfrentará os novos desafios que marcam a indústria audiovisual.

Cumprimento os trabalhadores que construíram os 25 anos da emissora.

Fabio Maksymczuk

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Irmãos Simas malogram em "As Aventuras de José e Durval"

 

Olá, internautas

Nesta quinta-feira (14/11), a TV Globo exibiu o último episódio de “As Aventuras de José e Durval” com direção geral de Hugo Prata e produção de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck. A emissora platinada acertou em exibir dois episódios por semana, às terças e quintas-feiras. Um é ligado ao outro, o que impulsionou a minissérie na televisão. Já em “Os Outros”, por exemplo, o telespectador tinha que esperar a outra semana para acompanhar o desenrolar da história.  

Andreia Horta e Marco Ricca se destacaram, especialmente na primeira fase, dentro do elenco de “As Aventuras de José e Durval”. Os dois interpretaram os pais de José e Durval, Araci Prudencio de Lima e Mario Antonio de Lima, respectivamente. Os meninos Pedro Lucas (Xororó) e Pedro Tirolli (Chitãozinho) também merecem aplausos. Estrelaram o bom início da trama.

Já na segunda fase, entraram os irmãos Felipe Simas, no papel de Durval, e Rodrigo Simas, na pele de José. Infelizmente, os atores não conseguiram incorporar a persona da dupla que abriu caminho para a explosão da música sertaneja em nosso País. Nem na interpretação, nem no fenótipo e nem no visual com a estranha cabeleira no vídeo. A direção deveria ter escalado outros atores, mesmo que não conhecidos do grande público, para a missão. Nesta fase, o ator Thiago Brianti se destacou como o produtor José Homero Bettio, filho do saudoso Zé Bettio.

Nasci nos anos 80 e acompanhei o início do sucesso da dupla Chitãozinho e Xororó. Uma das minhas primeiras lembranças recai no programa dos irmãos paranaenses nas manhãs de domingo no SBT. 10 da manhã. Não entrou no roteiro da minissérie.

O preconceito com a então música sertaneja era gigante. Considerada extremamente brega em meio à explosão do rock nacional com Titãs, Cazuza, RPM e outros grupos. Tal aspecto foi apenas tocado com a postura do proprietário da casa de shows Palace no último episódio.     

“As Aventuras de José e Durval” trouxe uma curiosidade auspiciosa. Os então meninos José e Durval já tinham contato, através da caravana de Geraldo Meirelles, com a icônica Inezita Barroso. O embate entre a música caipira e a moderna música sertaneja, defendida por Chitãozinho e Xororó, aparece como pano de fundo da minissérie.

Hoje, a chamada “música sertaneja” é o ritmo mais ouvido em todo o Brasil, especialmente nas vertentes “sertanejo universitário” e “feminejo”. Uma mutação dentro do movimento iniciado por Chitãozinho e Xororó que abriu portas para Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano. O verdadeiro gênero caipira ficou relegado dentro da indústria cultural de massa. A mercantilização da música supera, em muitos casos, a preocupação com a qualidade artística das canções.

“As Aventuras de José e Durval” teve o mérito de destacar a trajetória de Chitãozinho e Xororó que deixaram sua marca dentro da música popular brasileira.

Fabio Maksymczuk    

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Record acerta em novo dia de "Acumuladores"

 

Olá, internautas

A Record estreou, neste ano, “Acumuladores”. A atração norte-americana, apresentada por Mariana Godoy na emissora da Barra Funda, iniciou na grade de programação às quintas-feiras na faixa das 22h45. Entrou no vácuo deixado pelo término de “A Grande Conquista 2”.

Agora, com “A Fazenda 16”, o programa ganhou um novo dia de exibição. Vai ao ar às sextas-feiras, após o reality show rural. A emissora acertou na decisão. Anteriormente, o interessante “Quilos Mortais” ocupava a faixa horária desde o ano passado. Sem um devido descanso. Até mesmo, o canal começou a reprisar episódios levados ao ar recentemente.

“Acumuladores” segue o mesmo ritmo de “Quilos Mortais”. Rotinas fora da normalidade que afetam a pessoa em si e todos ao redor. Ao invés de acúmulo de gordura no corpo, o programa retrata histórias de pessoas que acumulam objetos compulsivamente em suas residências.

Um caso exibido, recentemente, mostrou a história de Sherry, que transformou sua casa em uma fortaleza de lixo. De acordo com a acumuladora, ela criou tal estratégia para impedir a entrada de pessoas em sua casa, já que foi assaltada. Toneladas de objetos foram retirados do imóvel. Mesmo assim, uma parte considerável ainda permaneceu com Sherry e seu filho que também traz sinais de ser um acumulador. Com o acúmulo de objetos em todos os cômodos, eles mal tinham condições de tomar banho no banheiro. E mal tinham um vaso sanitário para fazer as necessidades fisiológicas.

A outra filha que, diante do quadro, preferiu se afastar de sua família, tentou ajudá-los ao lado do psicólogo e equipe do programa. O episódio mostrou os ataques verbais de sua própria mãe e irmão.

Com “Acumuladores”, a Record fortalece a faixa com produções norte-americanas que deixam o telespectador sensibilizado com o que está sendo retratado.

Fabio Maksymczuk

domingo, 10 de novembro de 2024

Descuidos da produção aparecem no Teleton 2024

 

Olá, internautas

A maratona do Teleton 2024 chegou ao fim nesta madrugada de sábado (09/11) para domingo (10/11). A campanha arrecadou mais de 36 milhões de reais. Neste ano, a meta foi alcançada, graças ao empenho de quatro empresários que participaram de um game liderado por Cesar Filho. O apresentador do “SBT Brasil”, neste ano, ganhou espaço na reta final. O quarteto de empreendedores doaria, em conjunto, 1 milhão de reais pela conversão de “Telecoins”. Porém, cada um resolveu doar 1 milhão, o que resultou em quatro milhões.

A maior novidade do Teleton 2024 recaiu na participação especial de Fatima Bernardes, logo na abertura da campanha. Apesar disso, a produção desvalorizou a presença da apresentadora que é uma das maiores estrelas da TV brasileira. Durante a sua presença, até Felipeh Campos foi chamado em uma participação que gerou saia justa com Eliana que também estava no palco.

A nova apresentadora da TV Globo “passou pano” para a situação. O colunista tece críticas ácidas para a “musa dos dedinhos”. “Beijo, Felipeh! Você ficou bravo comigo outro dia, né? Eu vi! Você ficou bravo, mas mora no meu coração. Beijo, querido!”, esbravejou a nova platinada.  Descuido da produção. Durante a participação de Fatima, até Leo Dias foi chamado. A jornalista deveria ter sido o grande destaque do momento.    

Outro descuido dos produtores do Teleton aconteceu no encontro entre Sonia Abrão e Cariúcha. A integrante do “Fofocalizando” já criticou a apresentadora do “A Tarde É Sua”. No palco, a ex-Fazenda tentou contornar a situação e revelou admirar a jornalista. Mesmo assim, no momento das falas finais de Sonia, Cariucha atrapalhou e começou a falar por cima. Mais um cochilo da produção.  

Já Cesar Filho, que se transformou em âncora do principal telejornal do SBT, aproveitou a maratona beneficente para reforçar o “discurso antissistema” que ganha impulso em determinada corrente política no nosso País. Em plena reta final, resolveu criticar o volume arrecadado de impostos pelo governo e a “incompetência” em gerir esses recursos para a saúde. Momento inoportuno. Tal postura não marca a campanha, desde 1998.

Teleton, basicamente, continuou nos mesmos moldes dos anos anteriores. Participação de comunicadores de diferentes emissoras com shows musicais. Também é válido destacar que a maratona se transformou em um ambiente de encontro dos comunicadores das diversas afiliadas do SBT espalhados pelo Brasil.

Xuxa Meneghel, Renato Aragão, Tati Machado e Ana Furtado também passaram pelo palco. Não há investimentos em produções especiais que poderiam marcar uma maior participação dos PCDs (pessoas com deficiência), como já aconteceu no passado.

Além disso, não vi a participação do histórico Felipinho Ventura que aparece desde as primeiras edições. Neste ano, durante alguns momentos e, principalmente no desfecho, resgataram a importância de Silvio Santos para a promoção da campanha beneficente em prol da AACD. Uma homenagem singela.

Além dos recursos obtidos para a causa nobre, Teleton apresenta o grande mérito de ter visibilizado as pessoas com deficiência na programação televisiva quando a diversidade não ganhava a importância atual.  

Fabio Maksymczuk

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

TV Globo e GloboNews entram em programação sui generis com vitória de Trump

 

Olá, internautas

A TV brasileira se mobilizou para a cobertura das eleições norte-americanas deste ano. Desde antes das eleições municipais realizadas no Brasil, a mídia cedeu grande espaço nos noticiários para o embate entre Biden e Trump e, posteriormente, Trump e Kamala. Até mesmo, a disputa de prefeitos e vereadores ficou em segundo plano durante um grande período.

Nesta madrugada de terça (05/11) para quarta-feira (06/11), o Grupo Globo adotou uma programação sui generis. TV Globo e GloboNews somaram esforços e exibiram, ao mesmo tempo, a programação dedicada ao pleito presidencial estadunidense. A jornalista Renata Lo Prete liderou a transmissão. Marcelo Lins, Andréia Sadi, Guga Chacra e Jorge Pontual integravam a equipe.

A apuração foi mais ágil que o previsto. Donald Trump retorna à Casa Branca, após uma vitória contundente sobre a democrata. Mesmo com os bons índices econômicos, a cobertura insistiu que a vitória do republicano se deve, principalmente, à inflação. A sensação pesou mais em relação aos números frios das estatísticas, de acordo com os jornalistas da Globo.

A cobertura deveria ter analisado, também, o perfil da votação trumpista nas urnas. Pelo mapa eleitoral, ficou clara a distinção entre as grandes cidades e a zona rural onde o presidente eleito obteve grande parte dos mais de 70 milhões de votos. Os valores conservadores e cristãos da América profunda pesaram contra Kamala, vista como “esquerdista” e “socialista” por esse eleitorado.

Sandra Coutinho se destacou em um depoimento pessoal sobre uma moradora do Nebraska, um dos estados que elegeram Trump. A jornalista revelou o modo de vida desta norte-americana que mora em meio ao nada. Sem opções de lazer. Sozinha. “Abandonada” pelo governo central. Esse sentimento de solidão é a tônica do bom filme Nebraska. É o retrato dos grotões dos Estados Unidos que raramente é exposto nos cinemas e coberturas jornalísticas. Trump sabe canalizar tal sentimento e se comunicar com esse eleitor. A cobertura da TV Globo deveria ter ampliado essa visão.

Durante toda a cobertura, os jornalistas da GloboNews também menosprezaram os efeitos da imigração ilegal que é, de fato, um ingrediente que remexe a sociedade norte-americana. Os índices de violência também deveriam ter entrado nas análises. Recentemente, um jogador de futebol americano reclamou da vinda a São Paulo para um jogo da NFL no Itaquerão por conta da insegurança que acomete a capital paulista. Eis que a mídia descobre que os índices de violência na cidade são inferiores a muitas dos EUA. Portanto, o discurso de Trump ecoa com alguma base da realidade.

Na cobertura conjunta, Guga Chacra deveria ter conquistado mais espaço. Ficou como coadjuvante na cobertura. Ótimo jornalista que conhece a política norte-americana. Já Raquel Krähenbühl se destacou na reportagem. A jornalista frisou que a campanha de Trump barrou a entrada de diversos repórteres estrangeiros e locais na festa da vitória do presidente na Flórida. Ela obteve a permissão e ainda entrevistou com desenvoltura um dos porta-vozes do republicano.

No final da cobertura, um fato inusitado aconteceu. Lo Prete entregou a programação diretamente para Roberto Kovalick do “Hora 1”. A apresentadora do “Jornal da Globo” até comemorou o fato já previsto por muitos telespectadores diante da entrada, cada vez mais tardia, da apresentadora na madrugada da Globo, especialmente nos tempos de BBB.

Fabio Maksymczuk

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Grupo Jovem Pan entra em luto com morte de Seu Tuta

 

Olá, internautas

Nesta segunda-feira (04/11), o fundador da rádio Jovem Pan, Antonio Augusto Amaral de Carvalho, mais conhecido como Seu Tuta, morreu aos 93 anos. O grupo de comunicação entrou em luto. A TV Jovem Pan News lidera, desde a tarde, uma cobertura em homenagem ao patrono.

Evandro Cini, Thiago Uberreich e, posteriormente, Daniel Caniato comandaram a cobertura que contou com diversos depoimentos. José Bonifacio de Oliveira Sobrinho, o Boni, revelou que se sente sozinho com as mortes recentes de Cid Moreira, Sergio Mendes e Washington Olivetto. Destacou que Seu Tuta tinha a maior preocupação com a qualidade, igual a ele. Relembrou a importância de Carvalho para a TV Record nos anos 60.

No estúdio, Wanderley Nogueira e Joseval Peixoto relembraram “causos” que aconteceram nos bastidores da rádio Jovem Pan. O ex-apresentador do Jornal da Manhã destacou o caráter pioneiro de Seu Tuta, como a primeira transmissão do carnaval do Rio de Janeiro para São Paulo, através das ondas radiofônicas, a programação especial na Sexta-Feira da Paixão e a criação da figura do comentarista esportivo.

Já Wanderley relembrou conversas e o legado do fundador da rádio Jovem Pan, como a criação do “No Pique da Pan” que ficou por 30 anos no ar e a preocupação que seu chefe teve com seu casamento, já que a atração seria diária no período noturno. Ainda ressaltou a importância do Jovem Pan Online que serviu como semente para a atual emissora de TV. Criação de Seu Tuta.

A cobertura do luto ainda contou com as participações do ex-governador de São Paulo, João Doria Jr, do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que esteve presencialmente no estúdio, além dos críticos de TV, Flavio Ricco e José Armando Vannucci, Patrick Santos e Carioca que ficou visivelmente emocionado. Todos os funcionários e ex-funcionários ressaltaram a proximidade de Seu Tuta na redação da rádio.

Nos anos 90, principalmente, acompanhava com muita frequência as transmissões esportivas da rádio Jovem Pan AM. Minhas sinceras condolências aos familiares, amigos e admiradores do importante executivo que deixou sua marca na comunicação do Brasil.

Fabio Maksymczuk

sábado, 2 de novembro de 2024

"No Rancho Fundo" sinaliza novo caminho para TV Globo

 

Olá, internautas

Nesta sexta-feira (01/11), “No Rancho Fundo” chegou ao fim na TV Globo. A novela bem-sucedida de Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman cumpriu a missão de elevar os índices de audiência herdados do remake desastroso de “Elas por Elas”. Além disso, a produção atingia com frequência a meta da faixa horária ao ficar na casa dos 20 pontos.

“No Rancho Fundo” sinaliza um novo caminho para as telenovelas da emissora platinada. Ao invés de investir em adaptações de sucessos de décadas passadas, a continuação de tramas exibidas recentemente poderá tornar-se uma tendência.  “Verdades Secretas” iniciou, na realidade, a nova estratégia. Porém, foi uma obra para impulsionar o número de assinantes do Globoplay. 

Agora, “No Rancho Fundo” continuou a saga de “Mar do Sertão” que já tinha conquistado bom resultado em 2022/2023. A história ainda estava fresca na memória do telespectador. Diferente do que aconteceu no remake de “Renascer”, o diretor Allan Fiterman conseguiu trazer para a tela o universo do sertão nordestino.

Um dos grandes méritos da novela de Mario Teixeira aparece na escalação do elenco. Atores e atrizes que construíram sua trajetória artística na TV Globo foram destacados nos papéis centrais. Uma das curiosidades ficou com Eduardo Moscovis, como Ariosto. O ator também liderava o elenco de “Alma Gêmea” no papel do mocinho Rafael, que vinha imediatamente antes como atração do Vale a Pena Ver de Novo. Mais novo e mais velho em questão de minutos.

Debora Bloch, revivendo Deodora, apareceu entre os pontos positivos da trama. Desta vez, a atriz ficou rodeada de atores e atrizes não nascidos no Nordeste. Em “Mar do Sertão”, o contraste entre os sotaques com o elenco majoritariamente nordestino ficou mais evidente. Esse ponto sempre deve ser lamentado em produções que saem do eixo Rio-São Paulo.

Andrea Beltrão, na pele de Zefa Leonel, de fato, apareceu como a protagonista da obra. Sustentou a novela, com seu talento, do início ao fim. Uma das principais personagens de sua carreira em telenovelas.  Alexandre Nero, que viveu Tico Leonel, superou o desafio em interpretar um personagem completamente diferente dentro da sua trajetória na Globo. Luisa Arraes e José Loreto, que viveram Blandina e Marcelo Gouveia, também transmitiram sua experiência no vídeo e tiveram um final aberto para uma possível terceira saga. Será?

Dentre os atores que buscam seu espaço na teledramaturgia, e rodearam os mais experientes em “No Rancho Fundo”, Tulio Starling e Larissa Bocchino, que interpretaram o simpático casal Artur Ariosto e Quinota, cumpriram a missão.

Os repentistas Juzé e Lukete, oriundos de “Mar do Sertão”, mais uma vez, passaram o ar de originalidade agora em “No Rancho Fundo”. Como defendi na anterior novela das seis, eles poderiam ter aparecido na abertura ao invés no desfecho dos capítulos. Mesmo assim, são duas figuras simpáticas que agregaram valor.

A TV Globo deveria interpretar os sinais que o telespectador emana. Em “No Rancho Fundo”, as estrelas do elenco platinado tiveram o seu merecido espaço. Profissionais que construíram, por décadas, um elo com o público.

“No Rancho Fundo” termina com a missão cumprida.

Fabio Maksymczuk